Oposição apresenta queixa contra agência de comunicação no caso Guptaleaks

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De  Antonio Oliveira E Silva
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Agência britânica terá explorado tensões raciais no país para benefício de presidente Jacob Zuma.

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Com Reuters

O DA, principal partido da oposição no parlamento da África do Sul, apresentou uma queixa contra a agência de relações públicas Bell Pottinger, por esta ter “explorado as tensões raciais no país”.

O partido refere-se a uma campanha de comunicação levada a cabo com o objetivo de beneficiar o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), no poder desde as primeiras eleições democráticas de 1994.

Segundo a porta-voz do partido Aliança Democrática (DA na sigla em inglês), a agência britânica terá violado o código profissional da Associação das Empresas de Comunicação e Relações Públicas, a PRCA.

#BellPottinger complaint upheld; we now await a ruling – likely on 4 September” – zilevandamme</a> <a href="https://t.co/J5Xj0nUyxb">https://t.co/J5Xj0nUyxb</a> <a href="https://t.co/zA3xG5Jivy">pic.twitter.com/zA3xG5Jivy</a></p>— Democratic Alliance (Our_DA) 24 de agosto de 2017

Segundo Phumzile Van Damme, da Aliança Democrática, a Bell Pottinger tem cinco dias para recorrer da decisão da PRCA.

“Um plano para dividir os sul-africanos

O objetivo da campanha levada a cabo pela Bell Pottinger seria a manutenção no poder do presidente Jacob Zuma, cujos níveis de impopularidade preocupavam o ANC. A agência é responsável por uma campanha de comunicação lançada na África do Sul para desgastar a imagem de opositores de Zuma, definindo-os como “agentes do monopólio do grande capital branco”.

As ideias depressa foram aceites pela maioria negra, numa sociedade marcada por fortes desigualdades com base racial, depois de décadas do regime do Apartheid, que obrigava à separação entre brancos e não-brancos na vida pública (não só negros, mas também os considerados coloreds ou mestiços e asiáticos).

Segundo a agência Reuters, uma fonte em Londres terá confirmado que a queixa foi aceite pela PRCA, com sede na capital britânica.

A PRCA deverá dar a conhecer a decisão no início de setembro, que poderia resultar na suspensão da Bell Pottinger como membro da associação.

Envolvimento do filho do presidente

O partido DA terá tido acesso a uma série de correios eletrónicos que provariam que a Bell Pottinger trabalhou com o filho do presidente da África do Sul, Duduzane Zuma, para criar “uma narrativa que captasse a atenção da população de base.”

Duduzane Zum*a trabalhou durante algum tempo para uma empresa controlada pela família *Gupta, de origem indo-sul-africana, considerada como uma das mais ricas do país, cujos membros são acusados de interferir nos destinos da maior economia de África, graças à proximidade com Jacob Zuma.

Os conteúdos produzidos no quadro das campanhas de comunicação da Bell Pottinger foram, várias vezes, difundidos em meios propriedade da família Gupta, como a African News Network 7 (ANN7), o terceiro canal de informação da África do Sul.

A agência de relações públicas britânica terá sido paga, segundo a agência Reuters, pela Okabay, uma holding propriedade da família Gupta. O contrato acabou em abril, depois de fortes críticas na opinião pública.

Despedimentos na Bell Potinger

A empresa disse, no passado mês de julho, que despediu a pessoa à frente da campanha de relações públicas na África do Sul.

A Bell Potting pediu desculpas pelo que definiu como um “comportamento inapropriado” e marcado por falta de sensibilidade num país “com um passado racial tão conturbado.”

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