Meio milhão de pessoas manifestaram-se em Barcelona contra o terrorismo e a venda de armas
Quinhentas mil pessoas manifestaram-se este sábado em Barcelona contra o terrorismo e a venda de armas, empunhando cartazes onde se lia “Quem quer paz não vende armas” e “As vossas guerras, os vossos aliados e os nossos mortos”.
O Rei de Espanha, Felipe VI, e o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, que estiveram presentes, foram vaiados por independentistas catalães.
Um manifesto contra o terrorismo, em homenagem às vítimas dos ataques de dia 17, foi lido pela atriz catalã Rosa María Sardá e por Míriam Hatibi, porta-voz da fundação Ibn Battutaha:
“Não temos medo. Condenamos estes crimes, que visam apenas provocar terror, através da morte e da devastação, a fim de tentar fraturar o nosso modelo de convivência”, leu Rosa María Sardá.
Nos atentados de 17 de agosto, em Barcelona e Cambrils, morreram 15 pessoas e mais de 120 ficaram feridas.
Um manifestação alternativa teve lugar duas horas antes nas Ramblas, convocada por organizações que se afirmam vinculadas à luta pela paz e que pretenderam protestar contra as relações mantidas pelo governo espanhol e Felipe VI com países suspeitos de colaborar na disseminação do jihadismo no Ocidente. Os slogans exibidos não eram a favor da independência da Catalunha mas contra a venda de armas. Participaram cerca de 800 pessoas, segundo o jornal El Temps.
Em março, a ONG Amnistia Internacional (AI) denunciou a venda de armas de Espanha à Arábia Saudita, utilizadas contra a população civil na guerra no Iémen.
De acordo com a AI, entre 2014 e 2016, a Espanha exportou para a Arabia Saudita cerca de 900 milhões de euros em armas, sendo o terceiro maior exportador de armas para o reino saudita, depois dos Estados Unidos e do Reino Unido.