Guarda Costeira interceta embarcação precária com migrantes em Navodari

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De  Antonio Oliveira E Silva
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Agência europeia Frontex diz que ainda é cedo para falar numa nova rota de tráfico de Seres Humanos

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O aumento das patrulhas no Mar Mediterrâneo tem vindo a fazer com que os responsáveis pelo tráfico de Seres Humanos procurem novas rotas na região, especialmente no que aos trajetos entre o Médio Oriente e o norte de África e as costas europeias diz respeito.

Uma das novas rotas poderia ser a do Mar Negro, entre a Europa ocidental, a Anatólia e o Cáucaso. Com uma posição estratégica priveligiada, o Mar Negro encontra-se ligado ao Oceano Atlântico através do mar Mediterrâneo e do mar Egeu por diferentes estreitos.

Esta terça-feira, a guarda costeira romena resgatou uma embarcação precária com quase 160 pessoas a bordo, 56 das quais, crianças, perto da cidade de Navodari, no distrito de Constança, a cerca de 220 quilómetros da capital, Bucareste.

As autoridades conseguiram localizar o barco depois de este ter lançado um pedido de ajuda a meio do trajeto no Mar Negro, quando se encontrava em águas territorias romenas, com os motores avariados.

A guarda costeira romena diz que os migrantes a bordo corriam fortes riscos, já que a travessia foi feita quando as águas se encontravam particularmente agitadas, com ondas de dois a três metros de altura.

Segundo as autoridades, a maioria dos passageiros tinha nacionalidade iraquiana.

No sábado passado, a Roménia afirma ter intercetado outra embarcação, com cerca de 100 pessoas a pordo, muitas das quais, mais uma vez, eram crianças. As autoridades dizem que este tipo de situações tem vindo a acontecer cada vez com mais frequência, especialmente nos últimos meses.

Correntes e condições metereológicas fazem do Mar Negro uma rota arriscada

Ainda que a Roménia não faça parte do chamado Espaço Schengen, oferecendo, desta forma, menos vantagens para redes de tráfico, as crescentes dificuldades para quem faz travessias ilegais no no Mediterrâneo fazem com que as rotas alternativas entre a costa da Turquia se tornem mais apetecíveis.

Ainda assim, as travessias feitas no Mar Negro são consideradas mais perigosas do que as do Mediterrâneo, já que as águas do são mais instáveis e imprevisíveis, por causa das correntes e das condições metereológicas.

Segundo a agência europeia de segurança fronteiriça Frontex, é ainda cedo para dizer que o Mar Negro é, de facto, uma nova rota para o tráfico de migrantes que fogem de zonas de conflito no Médio Oriente em busca do Estatuto de Refugiado ou para os que procuram na Europa melhores oportunidades de trabalho.

A Frontex indica que, em 2014, 430 pessoas tentaram fazer o trajeto para chegarem às costas romena e búlgara. Em 2015, foram registadas 68 pessoas na mesma situação e, no ano passado, apenas uma. Por isso é ainda cedo para falar de uma tendência.

Com Chris Harris

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