Mulheres ao volante no reino guardião de Meca

Mulheres ao volante no reino guardião de Meca
De  Euronews

Símbolo da repressão do sexo feminino, a Arábia Saudita é o único país no mundo em que as mulheres estão proibidas de conduzir.

Ver uma mulher ao volante de um carro na ultraconservadora Arábia Saudita deixará de ser uma heresia, mas para isso será preciso esperar até junho do ano que vem. É a partir dessa altura que entra em vigor a medida, que não deixa de ser histórica. O rei Salman assinou o decreto que autoriza a mudança.

O anúncio foi feito, esta terça-feira, na televisão estatal saudita e num evento em Washington. Na prática significa que as mulheres vão poder ter carta de condução, deitando por terra teorias – umas mais criativas do que outras – que tentavam justificar os motivos da polémica interdição.

Um xeque saudita chegou a dizer recentemente que as mulheres não merecem conduzir porque só possuem metade do cérebro.


Com esta abertura – que representa uma vitória para grupos de direitos humanos – os líderes do país contam apoiar a economia aumentando a participação feminina no local de trabalho. Muitas mulheres gastam grande parte do salário em condutores ou são obrigadas a recorrer a familiares do sexo masculino para serem transportadas.

Caberá ao ministério saudita do Interior decidir se as mulheres poderão trabalhar como condutoras profissionais.

Várias mulheres sauditas foram multadas e presas por se atreverem a pegar num carro. Em 2014, chegaram a ser proibidas de andar de baloiço. O direito de voto só lhes foi concedido em 2011.

Recentemente, por altura das festividades do 87º aniversário de fundação da Arábia Saudita, as mulheres foram autorizadas a entrar no Estádio Internacional Rei Fahd em Riade pela primeira vez.


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