Uma catalã pela Espanha unida

Uma catalã pela Espanha unida
De  Euronews

Olga Demestres faz questão de percorrer os mais de 600 quilómetros de Madrid a Barcelona para se manifestar pela unidade do país. Volta satisfeita para casa, depois de se emocionar com o apoio que encontrou no lugar onde nasceu

Olga Demestres tem 47 anos e trabalha no ramo imobiliário.

Nasceu e viveu em Barcelona até aos 26 anos, passou depois por Londres de onde saiu em 2006, para Madrid.

Olga não crê que a decisão de independência se possa ater à geografia catalã. Na passagem de geração, não abdica da cultura em que cresceu, parte da sua identidade. Afinal, é casada com um madrileno e têm um filho de sete anos:

“Falo com o meu filho em catalão, é a minha língua, falo com a minha família em catalão e isso é uma riqueza, a cultura não é propriedade exclusiva dos independentistas. Os que se sentem catalães e espanhóis têm o direito de falar catalão, dançar sardana ou o que seja da cultura catalã.”

Olga regressa agora à Catalunha, num autocarro fretado pela Sociedade Civil Catalã. São mais de 1200 quilómetros, ida e volta, mas Olga quer estar na manifestação pró-unidade em Barcelona, de que soube pela rede social whatsapp.

A tensão política que se extremou nos últimos tempos entre Madrid e Barcelona preocupa-a.

Tem duas irmãs pró-independentismo, o irmão e os pais defendem o contrário. Deixaram de discutir o tema.

Já na manifestação, tudo o que Olga espera é que não haja violência. Os seus medos estão afastados:

“A verdade é que estou muito contente, muito contente de ver tanto apoio que eu sabia existir mas vê-lo aqui ao vivo, todos juntos, a verdade é que é emocionante.” 1.11

Para Olga, a visibilidade dos catalães que são pela unidade nacional é o maior trunfo desta manifestação, depois de ter sido a palavra independência a mais ouvida publicamente nos últimos tempos:

“Acredito que se está a dar a volta à situação, começa a ver-se gente que ainda não foi ouvida e que saiu pela primeira vez à rua, falei com muita gente que me disse que até aqui não se tinham atrevido a sair.“1.38

A manifestação terminou e Olga regressa de onde nasceu ao lugar a que chama casa.

Mais nove horas de autocarro parecem não lhe tirar a satisfação de ter marcado presença em Barcelona para dar voz às suas convicções.

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