Mais de 100 mil curdos fugiram de Kirkuk

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Um cidadão curdo falou à euronews e confessou o seu receio de uma escalada da tensão que conduza a uma guerra civil.

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Mais de 100 mil curdos deixaram Kirkuk desde segunda-feira com medo de represálias do exército iraquiano e das milícias xiitas. A cidade iraquiana, uma das mais ricas do país em petróleo, foi reconquistada pelas forças armadas praticamente sem resistência.

Um curdo, que pediu para não ser identificado pelos seus laços com as forças iraquianas, falou com a euronews e confessou temer que a tensão em torno da cidade possa levar a uma guerra civil.

“As pessoas têm medo de Hashid al-Shaabi, que é como uma unidade paramilitar. Eles têm medo de serem abusados. Nunca vi isso, mas tenho uma boa ligação com as pessoas em Kirkuk e algumas delas foram violadas ou viram as suas casas serem invadidas. Não sei… eu simplesmente não me sinto seguro”, contou.

A ofensiva sobre a área anteriormente controlada pelo Governo Regional do Curdistão teve lugar menos de um mês após a realização de um referendo pela independência. Com uma votação de 93 por cento a favor da independência, a consulta popular foi repudiada por Bagdad e pelos países vizinhos.

A perda de Kirkuk é considerada por analistas como um rude golpe nas aspirações curdas. Por outro lado, o sucesso desta ação militar veio reafirmar o poder do primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, que estava sob pressão do Parlamento e das influentes milícias xiitas desde a realização do referendo curdo.

“Se o governo iraquiano não resolver isso, se as forças de segurança iraquianas permanecerem lá… Há muitas pessoas curdas, não precisam das forças de segurança iraquianas, sentem medo delas e sentem-se ofendidas. Se isto continuar assim será uma guerra civil. Eu chorei sobre toda a situação no meu caminho de Kirkuk para Irbil – uma hora inteira a chorar, não conseguia parar. É realmente frustrante”, concluiu.

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