O relatório da ONU revela que há mais pessoas a passar fome, a maioria vive em países em guerra
Em queda ao longo de mais de uma década, a fome está de novo a ganhar terreno. A culpa é das alterações climáticas e da proliferação de conflitos. Pelo menos é o que revela o mais recente relatório das Nações Unidas sobre segurança alimentar.
Em 2016, afetou mais de 800 milhões de pessoas, o que equivale a cerca de 11 por cento da população. No espaço de um ano, a fome atingiu mais 38 milhões de pessoas. Entre elas estão, por exemplo, os refugiados de etnia rohingya, uma das minorias mais perseguidas no mundo.
“Em 2017, o Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas teve de dar resposta a um número de situações de emergência sem precedentes, essencialmente, causadas por conflitos ou por questões políticas não resolvidas" Ramiro Lopez da Silva, da WFP.
O documento revela que cerca de metade dos mais 800 milhões de pessoas com fome no mundo, vivem em zonas de conflito como é o caso da Síria. Só no leste de Alepo, o Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas presta ajuda a 3.500 famílias.
Na Síria, tal como noutros países em guerra, cerca de 155 milhões de crianças, com menos de cinco anos, registam atrasos de crescimento.
De acordo com o documento é na Ásia que mais pessoas passam fome. África aparece em segundo lugar. Segue-se a América Latina e as Caraíbas.
O relatório é publicado por três agências da ONU: a Organização para a Alimentação e Agricultura, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola e o Programa Mundial Alimentar, a que se juntaram pela primeira vez a UNICEF e a Organização Mundial de Saúde.