EUA acusados de interferir no Irão

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De  Nelson Pereira
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Rússia, França e China acusam os Estados Unidos de tentarem instrumentalizar os protestos no Irão, ao convocarem a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre as manifestações naquele país

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A convocação pelos Estados Unidos de uma reunião sobre as manifestações no Irão no Conselho de Segurança da ONU, na sexta-feira, foi duramente criticada pela Rússia, China e França.

"Os Estados Unidos abusam do Conselho de Segurança das Nações Unidas" ao convocar uma reunião sobre as manifestações no Irão - foi assim que o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, comentou, na sexta-feira, a iniciativa de Washington, uma crítica corroborada pela França e pela China.

A embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU, Nikki Haley, falou de direitos humanos e solidariedade:

"Nenhuma tentativa desonesta de chamar aos manifestantes iranianos marionetas de potências estrangeiras nos silenciará. O povo iraniano conhece a verdade e nós conhecemos a verdade. Nada impedirá os americanos de se solidarizarem com eles."

Se os argumentos de Haley fossem válidos, o Conselho de Segurança deveria ter reunido para discutir os protestos em Ferguson em 2014 as manifestações de Occupy Wall Street em 2011, disse o representante da China.

"Os acontecimentos dos últimos dias no Irão, não constituem, por si só, uma ameaça à paz e à segurança internacionais", comentou o embaixador francês Francois Delattre, ressalvado que "cabe aos iranianos" resolver os problemas do Irão, uma opinião partilhada pelo embaixador russo, Vasily Nebenzya.

"Por que razão estão os Estados Unidos, um membro permanente do Conselho de Segurança, a prejudicar a autoridade do Conselho como o principal órgão encarregado de manter a paz e a segurança internacionais?" - acrescentou Nebenzya.

Numa mensagem via Twitter, o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, frisou que o Conselho de Segurança rejeitou a tentativa de Washington de interferir nos assuntos internos do Irão:

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou a tentativa evidente dos Estados Unidos de sequestrar o seu mandato. A maioria sublinhou a necessidade de implementar plenamente o acordo nuclear com o Irão e se abster de interferir nos assuntos internos de outros países. Mais um erro de política externa da administração Trump"

Algumas horas antes da sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU, no Irão foram convocadas novas manifestações de apoio ao governo iraniano, ao presidente Hassan Rouhani e ao Guia Supremo, ayatollah Ali Khamenei.

Durante as tradicionais orações de sexta-feira, o ayatollah Ahmad Khatami, uma das figuras influentes do país, denunciou o uso das redes sociais para semear a agitação. Khatami defendeu um tratamento mais clemente para os "iranianos comuns que estão a ser enganados pelos americanos" e pediu ao governo "maior atenção aos problemas económicos das pessoas".

No dia anterior, o procurador-geral, Mohammad Jafar Montazeri, disse que os protestos foram uma operação concertada, planeada pelo agente da CIA Michael D’Andrea com o apoio da Mossad e financiamento da Arábia Saudita.

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