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ONU alerta para perigo de fome na região de Kasai

ONU alerta para perigo de fome na região de Kasai
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De Antonio Oliveira E Silva & Ricardo Figueira com REUTERS e AFP
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Conflito que assola a província provocou milhares de deslocados, muitos dos quais, em Lunda Norte, Angola.

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As Nações Unidas dizem que milhares de pessoas poderão vir a sofrer com fome em Kasai, na República Democrática do Congo, por causa do conflito que assola a região, e de uma uma constante falta de fundos das organizações no terreno.

A província do Kasai tem pouco mais de três milhões de habitantes e faz fronteira com a província angolana de Lunda Norte, onde se encontram milhares de refugiados.

São várias as Organizações Não Governamentais que se queixam da falta de meios, ainda que "algumas entidades tenham começado a assumir a gravidade do problema", de acordo com Claude Jibidar, do Programa Alimentar Mundial (WFP, sigla em inglês).

Uma crise política e agrícola 

O conflito na região fez com que muitos agricultores abandonassem as terras. A constantes interrupções do ciclo de cultivo deixaram milhares de pessoas com quase nada para a comer, explica também a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês).

"E a única solução passa mesmo por voltar às atividades agrícolas regulares," de acordo com Alexis Bonte, da FAO.

"É importante, não só porque produz comida e rendimento para as famílias, mas também porque devolve a esperança, dignidade e autonomia," continuou.

A situação preocupa também Jean-Philippe Chauzy, da Organização Internacional para as Migrações:

"As pessoas tiveram de deixar as casas tantas vezes em Kasai, que perderam três estações de cultivo."

"E se não tiverem ajuda, estas pessoas, que vivem do que o campo lhes dá, vão sofrer. Os mais vulneráveis, as crianças, vão morrer primeiro," continuou.

Apenas uma em cada oito pessoas deslocadas terá tido acesso a alimentação adequada no passado mês de dezembro.

Milhares de deslocados 

As Nações Unidas deixam assim o alerta: O conflito armado, que começou em 2016, deixou centenas de milhar de deslocados, muitas das quais se encontram sem acesso a permanente a recursos alimentares.

Cerca de 400 mil crianças, com idade inferior a cinco anos, sofrem de subnutrição, diz o Fundo das Nações Unidas para as Crianças, UNICEF.

Por isso, a ONU pede mais 1,5 mil milhões de euros em ajuda para a RDC, só para este ano. É o terceiro pedido de ajuda, depois da Síria e do Iémen.

No ano passado, as Nações Unidas pediram mais de 800 milhões de euros, mas apenas metade dos recursos foi entregue.

Com quase 90 milhões de habitante, a República Democrática do Congo é o segundo maior país do continente africano.

Agravamento das tensões desde 2016

A instabilidade política tem marcado, em diversas ocasiões, a história política e social da RDC, desde a independência da Bélgica, em 1964.

A situação tornou-se mais tensa, especialmente no que aos conflitos de natureza étnica diz respeito, desde que, em 2016, o presidente Joseph Kabila se recusou a abandonar o poder no final do seu mandato.

Foi em agosto do mesmo ano que as forças de segurança congolesas abateram Jean-Prince Mpandi, o sexto Kamuina Nsapu - figura é um dos chefes tradicionais dos Bajila Kasanga.

A morte de Mpandi provocou uma onda de violência que tem gerado um grande fluxo de refugiados rumo à província angolana da Luanda Norte.

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