Canal de televisão revelou que membros do M5S no parlamento não cumpriram com a regra de ceder 50% do salário.
O partido antissistema italiano Movimento 5 Estrelas encontra-se na linha de mira dos opositores depois de um programa do canal de televisão Italia 1, propriedade de Sílvio Berlusconi, ter anunciado que alguns dos seus membros no parlamento teriam quebrado a regra de entregar metade do salário a pequenos negócios.
Luigi di Maio, líder do partido, anunciou uma "investigação interna" e disse aos jornalistas que tinha a intenção de "deitar fora as maçãs podres" de um partido que se deu a conhecer perante o eleitorado como um contraste com as forças políticas tradicionais, da esquerda à direita.
O Movimento 5 Estrelas acredita que os salários dos parlamentários são demasiado elevados e obriga os seus membros a depositarem 50% do que recebem todos os meses, num fundo designado para o efeito.
Mas a imprensa italiana diz que pelo menos 10 membros do M5S não terão depositado o equivalente a um milhão de euros. Depois de conhecida a notícia, um Senador da República pediu a demissão.
Outra Senadora, no entanto, negou a acusação e disse ter "pago tudo." Barbara Lezzi deu uma entrevista ao diário Corriere della Sera, na qual disse ter ficado "chocada" e "devastada" quando soube do que fora dito no canal Italia 1.
Matteo Renzi, líder do Partido Democrático (centro-esquerda), acuso Luigi Di Maio, líder do M5S, de ignorar a existência de "um esquema de fraudes" e pediu aos eleitores que não votassem no partido nas eleições de quatro de março.
O partido mais popular sem coligações
Luigi Di Maio disse que "todos os que trairem os princípios do partido" seriam "expulsos" e recordou que, nos últimos cinco anos, abdicou de cerca de 370 mil euros de rendimentos.
O Movimento 5 Estrelas é o partido político mais popular no espetro político italiano, de acordo com sondagens relacionadas com as próximas eleições gerais, de quatro de março.
No entanto, o M5S está atrás, nas intenções de voto, da coligação de centro-direita e direita, liderada pelo Forza Italia, de Sílvio Berlusconi, com o apoio da Lega Nord e do Fratelli d'Italia.
Espera-se que a coligação à direita vença a maioria dos lugares no parlamento, ainda que não consiga uma maioria absoluta.