Relatório "Todas as vidas contam — A urgente necessidade de pôr fim à morte de recém-nascidos” revela números negros a nível mundial ao mesmo tempo que apela à reflexão
É de forma preocupante que um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que todos os anos morrem 2,6 milhões de bebés com menos de um mês de idade. Um milhão morre no dia de nascimento e mais de outros dois são nados-mortos
De acordo com documento, divulgado esta terça-feira, a sobrevivência dos recém-nascidos está relacionada, em grande parte, com o nível de rendimento. Por outro lado, nos países mais inseguros - com o Paquistão à cabeça com uma morte em cada 22 partos - a probabilidade dos bebés que nascem morrerem é 50 vezes superior à de países ditos seguros, como o Japão, Islândia ou Singapura.
Em Portugal a taxa de mortalidade de recém-nascidos é de 2,1.
É na África Subsariana que se encontram oito dos dez países mais perigosos para nascer. República Centro-Africana, Somália, Lesoto, Guiné-Bissau, Sudão do Sul, Costa do Marfim, Mali e Chade.
As condições no terreno são uma das razões como explica Willibald Zeck, responsável a nível mundial do programa maternal e neonatal da UNICEF: "As mulheres grávidas caminham descalças dias a fio para chegar a um hospital ou a uma unidade de cuidados médicos. Se essa unidade não tiver boa reputação, se não estiver a prestar apoio, as mulheres pensarão duas vezes se vão ou não. Provavelmente darão à luz em casa com uma parteira tradicional o que não é ideal."
Ainda de acordo com o relatório "Todas as vidas contam", mais de 80% das mortes de bebés recém-nascidos deve-se a nascimentos prematuros, complicações durante o parto ou infeções como a pneumonia e septicemia.
O acesso a água limpa, a boa nutrição e a uma assistência médica de qualidade poderão ajudar a corrigir os números negros.