Salih Muslim foi líder do Partido de União Democrática (PYD), tido por Ankara como aliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e está implicado num atentado em Ancara há dois anos
Salih Muslim, líder até há alguns meses do Partido de União Democrática (PYD) dos Curdistão sírio, foi preso este domingo em Praga, na República Checa, a pedido da Turquia.
O político curdo é considerado terrorista pelo governo de Recep Tayyp Erdogan e uma recompensa de mais de 800 mil euros havia sido oferecida pela respetiva captura.
Um mandado de detenção internacional havia também sido emitido pela Interpol, a pedido de Ancara.
Ao descobrirem que Muslim se encontrava em Praga, as autoridades turcas pediram às congéneres checas para o deterem e extraditarem, anunciou o ministério da Justiça turco.
Salih Muslim encontra-se para já em "detenção temporária."
Ancara considera o PYD um aliado da guerrilha armada do Partidos dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma milícia armada curda da Turquia, considerada terrorista inclusive pela União Europeia.
Esta ligação terá implicado Salih Muslim num atentado à bomba cometido contra uma coluna de veículos militares em Ancara, em fevereiro de 2016, no qual morreram 37 pessoas.
A detenção de Muslim acontece numa altura em que a Turquia tem em curso uma ofensiva militar na região síria de Afrine contra as Unidades de Proteção Popular (YPG), o braço armado do PYD e um dos grupos apoiados pelos Estados unidos que tem combatido na Síria o grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico ("Saesh"/ ISIL).