"Inferno" de Ghouta Oriental provoca reunião de urgência na ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se esta quarta-feira de urgência, a pedido do Reino Unido e de França, para debater o agravamento da situação na Síria. A reunião irá decorrer à porta fechada, em Nova Iorque, por volta das 15:00, hora de Lisboa.
Em causa, nesta reunião, poderá estar sobretudo a suspeita do recente uso de armas químicas pelas forças sírias apoiadas pela Rússia na ofensiva contra Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao presidente Bashar al-Assad.
Os recentes bombardeamentos, com alegada participação russa, demonstram o incumprimento do cessar-fogo aprovado por unanimidade há duas semanas pelo mesmo Conselho de Segurança.
Equipas médicas no local dizem estar a assistir vítimas com problemas respiratórios após uma nova vaga de bombardeamentos na região, adensando as suspeitas de ataques em Ghouta com recurso a gás de cloro.
A Síria nega as acusações e acusa o ocidente de estar a criar histórias em desespero.
Ao jornal britânico The Guardian, fontes da ONU acusam a Rússia de estar a usar bombas menos eficientes no apoio à ofensiva síria em Ghouta para evitar ser implicada na operação.
Os comboios de ajuda humanitária ainda tentaram entrar segunda-feira na zona mais afetada pela ofensiva aérea, mas tiveram de fugir do local sem completar a entrega da ajuda devido a bombardeamentos na zona de Douma.
As Nações Unidas insistem na urgência de um cessar-fogo após a morte de cerca de uma centena de pessoas só na segunda-feira.
Desde 18 de fevereiro, de acord com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, já terão sido mortas nos ataques a Ghouta Oriental mais de 800 pessoas, das quais 178 seriam crianças.