Espera-se que o presidente al-Sissi vença o escrutínio sem problemas.
Espera-se que o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, vença sem problemas as eleições presidenciais desta semana, num escrutínio marcado por desistências e pelas acusações de repressão da parte dos membros da oposição.
O presidente al-Sissi, de 63 anos, é visto como um aliado pelos Estados Unidos, enquanto os vizinhos do mundo árabe o consideram fundamental para a estabilidade do país norte-africano.
As tensões que subsistem no Egito, desde 2011, deixaram mossas no tecido económico de uma das maiores economias da região, depois da quebra em setores fundamentais, como o turismo.
Em 2013, al-Sissi foi responsável pelo golpe que derrubou o Governo democraticamente eleito no Egito.
Em 2014, al-Sissi venceu as eleições com quase 97% dos votos, ainda que menos de metade dos eleitores tenha votado. Foi possível votar durante três dias.
Agora, a oposição, no entanto, descreve as eleições presidenciais como uma farsa.
Espera-se que o segundo candidato mais votado seja Moussa Mustafa Moussa, que muitos acusam de ser um fantoche do sistema.
Mustafa Moussa apresentou a candidatura quando faltava pouco tempo para o fim do prazo.
Uma oposição silenciada
Sami Anan, antigo líder militar e um dos principais opositores de al-Sissi, foi detido e impedido de apresentar-se às presidenciais, acusado de "candidatar-se sem a devida autorização".
A detenção de Sami Anan foi criticada pelas Nações Unidas e por diferentes grupos de Defesa dos Direitos Humanos, assim como por vários membros da oposição.
O presidente al-Sissi diz que não pretende, caso vença estas eleições, candidatar-se a um terceiro mandato, mas há quem diga que o chefe de Estado deverá eliminiar o limite de dois mandatos presidenciais atualmente em vigor no Egito.
Esta semana, mesas de voto estão também abertas durante três dias, o que não impediu o presidente al-Sissi de apelar à afluência às urnas, já que, para o chefe de Estado egípcio, o escrutínio constitui um referendo ao primeiro mandato.
Durante as primeiras horas, de acordo com a agência Reuters, a afluência era relativamente baixa. No entanto, é normal que, em dias úteis, os eleitores votem depois do almoço e mesmo depois do horário trabalho.