É por entre as ruínas que os eleitores vão às urnas, na cidade mártir de Mossul, no próximo sábado. Seis meses após o fim da guerra contra o Daesh, a sobrevivência é uma luta de todos os dias. Esta eleição legislativa representa alguma esperança.
É com uma cidade em ruínas que os habitantes da martirizada Mossul, no norte do Iraque, se preparam para as eleições legislativas do próximo sábado.
Aqui falta tudo. A luta pela sobrevivência é uma constante e a eleição significa a esperança para alguns, como Mohammed Abdul Haq:
"Precisamos de água e eletricidade. Temos recebido a visita de entidades oficiais. Eles sabem o que nós necessitamos. Têm visto que as casas foram todas destruídas. O meu irmão morreu como muitas outras pessoas por causa da guerra e por causa do Daesh. Não temos senhas de racionamento e precisamos que as autoridades nos ajudem. Recebemos mantimentos apenas para um mês. Para os próximos três meses não temos nada".
Mas, uma vez mais, nem todos acreditam que o processo eleitoral vai decorrer sem problemas e que o resultado será fiável. A candidata pela Aliança Nacional Iraquiana, Sumaiya Ghanam, levanta dúvidas: "Hoje estamos a ver que os votos vão ser conseguidos a troco de dinheiro. Eles têm muito dinheiro e estão prontos a gastar milhões de dólares nesta eleição. Todo o dinheiro que tem sido gasto foi roubado aos meus filhos que aqui estão e eles vão continuar a roubar cada vez mais".
Estas são as primeiras eleições legislativas desde que foi anunciada oficialmente a vitória sobre os combatentes do Estado Islâmico (EI). A forma como vão decorrer e as consequências do resultado do voto no futuro do país mantém a comunidade internacional de olhos postos no Iraque.