Europeus vão retaliar após decisão de Trump de impor tarifas

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Direitos de autor REUTERS/Yves Herman/File Photo
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De  Damon EmblingIsabel Marques da Silva
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O presidente dos EUA decidiu avançar com o aumento das tarifas aduaneiras em 25% para o aço e 10% para o alumínio importados da União Europeia, Canadá e México, a partir de 1 de junho. A Comissão Europeia está a coordenar a prometida retaliação.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu avançar com o aumento das tarifas aduaneiras em 25% para o aço e 10% para o alumínio importados da União Europeia, Canadá e México, a partir de 1 de junho.

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, recebeu a notícia numa nota escrita quando proferia um discurso, mas não teceu nenhum comentário, dizendo apenas: "Era esperado".

A reação oficial surgiu, depois, numa nota de imprensa, na qual Juncker descreveu as tarifas como "protecionismo, puro e simples". A comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmström, acrescentou: "Não é assim que fazemos negócios".

Manfred Weber, líder do grupo político de centro-direita, o maior do Parlamento Europeu, escreveu no Twitter: "Não vamos aceitar esta decisão altamente lamentável sem reagir."

Donald Trump recusou, assim, a isenção permanente pedida por três aliados. O bloco europeu promete retaliar com tarifas contra vários produtos norte-americanos.

"Precisamos tomar medidas de salvaguarda do aço na União Europeia. Estamos no início de uma guerra comercial e isso implica continuar as negociações com os EUA. Essa negociação deverá ser feita a nível político, porque a Comissão Européia também está a contemplar outras medidas de reequilíbrio comercial que vão para lá das medidas de salvaguarda no nosso setor", disse, à euronews, Axel Egger, diretor geral da EUROFER, federação europeia de produtores de aço.

A indústria siderúrgica é um importante setor económico da União Europeia, empregando diretamente 320 mil pessoas. A produção anual de aço atinge as 170 milhões de toneladas anuais, distribuídas por cerca de 500 unidades.

Logo a seguir à Turquia, os EUA são o maior destino da produção europeia: foram exportadas 4,9 milhões de toneladas de aço para esse país, no ano passado.

A Comissão Europeia está a coordenar a prometida retaliação, podendo vir a impor novas tarifas a produtos tais como calças de ganga, manteiga de amendoim e motos Harley Davidson. 

Mas o verdadeiro autor da distorção do mercado do aço e alumínio mundial está noutro continente, segundo o analista Peter Chase.

"Está em causa uma questão muito mais ampla e da qual a administração em Washington está ciente, isto é, são as distorções na economia chinesa que precisam ser resolvidas. Para o fazer, os EUA vão precisar da colaboração da Uião Europeia enquanto aliado. Entrar em conflito com a União Europeia quando existe esse problema muito maior é errado, tanto do ponto de vista táctico como do ponto de vista estratégico", disse o investigador no centro de estudos The German Marshall of the United States.

O governo de Portugal também defende uma resposta comum do bloco europeu às tarifas e argumenta que a abolição de barreiras à circulação de comércio tem sido um factor de prosperidade para os dois lados do Atlântico.

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