Organizações não-governamentais criticam as autoridades europeias por falharem com os refugiados que continuam a arriscar a vida no Mediterrâneo
Com a chegada do Aquarius e dos dois barcos italianos ao porto espanhol de Valência, foi o fim de uma viagem turbulenta, não só para os migrantes, mas também para os trabalhadores humanitários, que tantas vezes ficam fora dos holofotes dos media.
"Foi um momento muito intenso. Passámos 8 dias com estas pessoas fantásticas, tão pacíficas. Sinto-me um sortudo por as ter conhecido e por ter partilhado tempo com elas. Foi muito emocionante vê-las partir, desejamos-lhes o melhor. Elas merecem", diz Aloys Vimard dos Médicos Sem Fronteiras.
Mesmo fora dos holofotes, foram várias as Organizações não-governamentais, que criticaram as autoridades europeias por falharem com os refugiados que continuam a arriscar a vida no Mediterrâneo.
"Este impasse mostra como a Europa, um dos continentes mais ricos do mundo, perdeu a bússola moral no Mediterrâneo. Pessoas resgatadas no mar, sobreviventes de situações horríveis. As necessidades destas pessoas devem ser prioridade, devem vir primeiro que a política e devem ser levadas para o porto mais próximo para o desembarque", afirma Karline Kleije, chefe do gabinete de emergência, Médicos Sem Fronteiras.
Um apelo a uma Europa mais solidária e atenta às necessidades dos refugiados. A questão que agora se coloca é o que irá acontecer aos passageiros do Aquarius?
Cristina Giner, euronews:
"Os migrantes do Aquarius chegaram finalmente a terra, mas a jornada ainda não acabou. O governo espanhol irá permitir que estes fiquem no país durante um mês e meio por motivos humanitários. Depois se decidirem ficar na Espanha ou ir para a França, terão ainda de lidar com burocracia para reivindicar o direito de asilo ou de residência."