Nicarágua celebra 39.º aniversário da Revolução Sandinista, num momento em que o país enfrenta uma forte repressão política e policial contra manifestações anti-governo.
Nas ruas, a imagem é de festa. É assim há 39 anos, na Nicarágua, desde o triunfo da revolução sandinista.
No entanto, Daniel Ortega, outrora protagonista da libertação do país de décadas de ditadura, tornou-se ele própiro aos olhos de muitos num ditador. Pelo país, milhares de manifestantes pedem a renúncia do presidente. Mais de 300 foram mortos e outros tantos feridos, numa vaga repressiva levada a cabo desde maio.
Em plenos festejos, Ortega justificou perante a população o período de turbulência. "Enfrentámos uma conspiração armada e financiada por forças internas que todos conhecemos e por forças externas que identificámos", afirmou o presidente.
Foi em 1979 que a revolução sandinista pôs fim a quatro décadas de ditadura da dinastia Somoza e ao apoio dos Estados Unidos da América. Ortega tornou-se no rosto do novo governo, estando no poder até 1990.
Voltou em 2006 e doze anos depois enfrenta o insurgimento popular, principalmente depois de ter tornado a mulher vice-presidente e anunciado o aumento de impostos e reduções no pagamento de reformas.
Perante a contestação nas ruas, Ortega diz não estar disposto a renunciar, nem a convocar eleições antecipadas, negando as vítimas da repressão governamental.