Milhares de pessoas manifestaram-se ontem nas principais cidades do país e pediram a criação de uma Assembleia Constituinte que possa reformar os pilares do Estado. Polícia só conseguiu impedir que manifestantes chegassem ao Parlamento com recurso a canhões de água e gás lacrimogéneo.
Só com tiros de aviso, gás lacrimogéneo e canhões de água a polícia travou a fúria dos manifestantes esta sexta-feira à noite, em Lima.
Fartos da corrupção no país, milhares de peruanos vieram pela terceira vez para as ruas das principais cidades exigir a criação de uma assembleia constituinte que reforme os pilares do Estado.
Protestos que começaram depois de serem divulgadas gravações de uma rede de corrupção e tráfico de influências que envolvia magistrados, políticos e empresários.
Nas gravações áudio divulgadas por uma televisão, vários juízes falam sobre troca de favores, discutem ajuda a condenados e garantem empregos para amigos.
A revolta popular é ainda mais forte, porque as pessoas tinham confiado no poder judicial para sancionar a classe política cujos líderes estão a ser investigados por terem recebido subornos da Odebrecht e de outras construtoras brasileiras.
O escândalo já levou à demissão do ministro da Justiça e de vários juízes e membros do Conselho Nacional da Magistratura, bem como à suspensão do chefe da Comissão Nacional de Eleições.