Os cerca de 1400 migrantes que a Guarda Costeira espanhola processou, nos últimos três dias, mostram uma nova tendência na travessia do mar Mediterrâneo: Espanha ultrapassou a Itália como primeira porta de entrada de migrantes na Europa.
Os cerca de 1400 migrantes que a Guarda Costeira espanhola processou, nos últimos três dias, mostra uma nova tendência na travessia do mar Mediterrâneo: Espanha ultrapassou a Itália como primeira porta de entrada de migrantes na Europa.
Disse muitas vezes que não foi feito nenhum planeamento pelo anterior governo
Ministro da Administração Interna, Espanha
No primeiro semestre deste ano, o país acolheu quase 21 mil migrantes, uma cifra muito próxima dos cerca de 22 mil que chegaram ao longo de todo o ano de 2017. Espanha foi o destino de 38 por cento dos migrantes que entraram no espaço europeu, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.
O executivo de Madrid planeia abrir um novo centro de acolhimento para 600 pessoas em Algeciras, já que este porto da Andaluzia é um dos mais centrais no desembarque dos migrantes.
O ministro da Administração interna de Espanha, Fernando Grande-Marlaska, visitou a obra que disse estar a ser feita em contra-relógio e depois viajou para a Mauritânia, para tentar delinear estratégias de combate à imigração ilegal.
Fernando Grande-Marlaska aproveitou para criticar a falta de proatividade do anterior governo de centro-direita: "Este é um problema europeu, por isso, precisamos de uma solução europeia. Não é algo que nos apanhe de surpresa, pelo que já deveria existir um plano de trabalho. Disse muitas vezes que não foi feito nenhum planeamento pelo anterior governo".
A decisão da Itália de fechar os portos a migrantes, criticada pelo governo espanhol, levou os passadores a optarem cada vez mais pela rota oeste, com saídas da Argélia e de Marrocos para Espanha.
Na semana passada, a Comissão Europeia apresentou propostas para apoiar os Estados- membros a implementar novas infra-estruturas de processamento de requerentes de asilo, dentro da União e em países terceiros.
Mais de 1200 imigrantes morreram, ou desapareceram, no mar, este ano, dos quais cerca de 300 em águas territoriais espanholas.