Profissionais da Saúde insurgem-se contra medida do governo de Daniel Ortega, que despediu os profissionais que ajudaram manifestantes feridos em protestos contra o presidente.
Um país dividido, polarizado e numa profunda crise política e económica. É este o retrato do Nicarágua, onde a figura do presidente Daniel Ortega concentra manifestações a favor e contra a sua permanência no cargo.
A instabilidade é já um fenómeno diário no país desde abril, com a contestação e a repressão a provocarem a morte de mais de 350 pessoas.
A área da Saúde é agora uma das que mais tensões vive, devido aos despedimentos forçados dos profissionais que prestaram auxílio a manifestantes que se insurgiam contra o governo. Este sábado, o país viu várias manifestações de médicos, que se uniram em protesto contra Daniel Ortega.
"Estamos aqui hoje em solidariedade com todos os médicos que foram despedidos pelo Ministério da Saúde de forma injustificada. Também estamos a apoiar os médicos que tiveram de ir para o exílio, porque são perseguidos por ajudar estudantes que saíram feridos dos protestos", contou uma das manifestantes aos jornalistas.
Nos últimos dias foram despedidos pelo menos 125 trabalhadores na área da saúde e mais poderão ser obrigados a sair.
Os protestos contra Daniel Ortega começaram quando o governo sandinista anunciou uma reforma na segurança social.