Irão pede ao Tribunal Internacional de Justiça fim das sanções dos EUA

O Tribunal Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), foi o campo de batalha escolhido pelo Irão para responder às sanções dos Estados Unidos da América.
As audiências do processo contra Washington começaram esta segunda-feira e devem prolongar-se por, pelo menos, quatro dias, tendo o governo iraniano exigido a suspensão temporária das medidas.
Segundo o advogado Mohsen Mohebi, representante de Teerão no tribunal, os EUA estão a estrangular a economia do país, construindo um cerco de consequências dramáticas para o povo.
"Esta política não é nada mais do que uma clara agressão económica contra o meu país. O termo agressão não é exagerado. Os Estados Unidos afirmaram que o objetivo dessas medidas é mesmo provocar o máximo de danos ao Irão", declarou Mohsen Mohebi na audiência no principal órgão judiciário das Nações Unidas.
O Irão garantiu que o Tribunal Internacional era a única via possível depois do fracasso da diplomacia.
No entanto, o Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, já garantiu em comunicado que o país vai defender-se "vigorosamente" do Irão. Pompeo acusou ainda o Irão de querer interferir com o direito soberano dos Estados Unidos de tomar as decisões legais necessárias para proteger a sua segurança nacional.
Em maio, o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear assinado pelo Irão e pelas grandes potências em 2015. Foi então anunciado o restabelecimento de duras sanções económicas à nação islâmica.
As primeiras sanções norte-americanas, lançadas no início de agosto e relativas ao setor financeiro e comercial, serão seguidas em novembro por outras a visar o setor petrolífero e de gás, essenciais para o fôlego financeiro do executivo iraniano.