Centenas de manifestantes concentraram-se no centro da cidade para pedir responsabilidades e mais investimento na cultura, ciência e educação.
O centro do Rio de Janeiro foi palco de protestos esta segunda-feira por causa do incêndio que destruiu o Museu Nacional, considerado como a maior instituição científica brasileira e o quinto maior museu do mundo, com cerca de 20 milhões de exemplares de acervo e uma biblioteca de mais de 530.000 títulos até ao dia da tragédia.
Foram centenas de professores, investigadores e estudantes que participaram num chamado "Ato de Luto pelo Museu Nacional," na Cinelândia.
Gritaram palavras de protesto contra o que disseram ser a falta de investimentos no património e na cultura, numa manifestação que começou por volta das 16 horas locais e que durou cerca de duas horas, de acordo com a Agência Brasil.
O movimento foi convocado através das redes sociais.
Contou com a presença de várias plataformas de estudantes do ensino superior, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (SNPG).
Foi o primeiro ato de protesto organizado fora das imediações do Palácio de São Cristóvão, onde se encontrava o Museu Nacional.
Durante o protesto, registaram-se confrontos entre grupos de estudantes, mas a situação foi controlada pelas autoridades, sem levar a cabo qualquer detenção.
O incêndio teve lugar às 19:30 locais de domingo e o combate às chamas estendeu-se pela madrugada de segunda-feira.
Estiveram envolvidos bombeiros de vinte quartéis do Rio de Janeiro.
UNESCO: "A maior tragédia dos últimos tempos para a cultura brasileira"
A UNESCO lamentou “a maior tragédia dos últimos tempos para a cultura brasileira” e denunciou “a fragilidade dos mecanismos de preservação dos bens culturais” no país.
Entre as peças inestimáveis transformadas em cinzas, está uma coleção egípcia, uma de arte e de artefactos greco-romanos, coleções de paleontologia – que incluíam o esqueleto de um dinossauro encontrado na Estado de Minas Gerais eo mais antigo fóssil humano descoberto no Brasil.
Um dos únicos vestígios preservados foi o enorme meteorito com mais de cinco toneladas, que continua em frente à entrada, agora sozinho no meio de cinzas e paredes calcinadas.