Bruxelas aperta "cerco" à Polónia e à Hungria

Bruxelas aperta "cerco" à Polónia e à Hungria
De  Isabel Marques da SilvaDamon Embling, Meabh Mc Mahon
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A Polónia teve de dar novas explicações, esta semana, sobre o sistema judicial, no âmbito do procedimento disciplinar previsto no artigo 7° do Tratado de Lisboa, acionado no ano passado. Em breve poderá ser acionado contra a Hungria, depois de uma recente moção no Parlamento Europeu.

PUBLICIDADE

Após anos de hesitação, a União Europeia mostra-se mais determinada a travar a deriva iliberal.

A Polónia teve de dar novas explicações, esta semana, sobre o sistema judicial, no âmbito do procedimento disciplinar previsto no artigo 7° do Tratado de Lisboa, acionado no ano passado.

Em breve, esse procedimento poderá ser acionado contra a Hungria, depois de uma recente moção no Parlamento Europeu.

"Penso que a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu têm de mostrar coragem. Fico satisfeita e aliviada por ver as instituições europeias a defenderem os nossos direitos", disse a analista Shada Islam, diretora do centro de estudos Friends of Europe, em Bruxelas.

"Claro que se sente uma certa acrimónia. Já existe há algum tempo, nomeadamente desde quando se deu início ao processo na Polónia. Mas penso que os polacos ficarão bastante aliviadas por haver quem queira defender os seus direitos", acrescentou, em entrevista à euronews.

O governo húngaro promete lutar contra o processo, nos tribunais e com uma campanha de propaganda, tendo divulgado, esta semana, um vídeo no qual acusa o Parlamento Europeu de "chantagem" por o país defender uma política de porta fechada à migração.

"A Hungria já está a montar uma campanha muito assertiva contra a votação e o debate que ocorreram no Parlamento Europeu. Isso mostra que a União Europeia deve construir um conjunto muito mais amplo de alianças com as vozes democráticas existentes nesses países", defende Richard Youngs, analista no centro de estudos Carnegie Europe, em Bruxelas.

"As instituições europeias também devem empenhar-se em travar este tipo de tendência política numa fase muito anterior. No caso da Hungria, deixaram as coisas arrastar-se até demasiado tarde e é realmente difícil reverter a tendência antidemocrática que vemos neste momento", acrescentou, em entrevista à euronews.

Tal como no caso da Polónia, a reforma do sistema judicial é uma das áreas que motiva críticas contra a Hungria. A liberdade de expressão e a política de migração são outras das áreas mais problemáticas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Migração: A Europa tem de agir em vez de reagir

Acordo político na UE para sancionar os colonos israelitas extremistas

Programa "On Air" lança cobertura eleitoral da Euronews e revela sondagem exclusiva