O filho acusa a irmã, líder do Força Popular, de não ter apoiado o ex-presidente Kuczinsky, que havia concedido perdão ao pai e agora o indulto foi suspenso por um juiz
O regresso à prisão do antigo presidente do Peru, Alberto Fujimori, agravou o atrito entre os respetivos filhos Keiko e Kenji, os herdeiros políticos do primeiro chefe de Estado da América Latina condenado por crimes contra a humanidade cometidos no próprio país.
Alberto Fujimori sentiu-se mal e foi internado após ouvir a decisão de suspensão do perdão recebido em dezembro e que o obriga a cumprir o resto da pena de 25 anos de prisão, a que foi condenado em 2009.
Kenji Fujimori culpa o partido da irmã, o Força Popular, pela prisão do pai, por não ter apoiado o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, que em dezembro havia concedido o indulto ao pai.
Kuczynski viria a renunciar ao cargo após o Força Popular, de Keiko Fujimori, ter apresentado vários vídeos comprovando a compra de votos para evitar a destituição.
Agora, um juiz decidiu anular o indulto de Alberto Fujimori, ordenar a detenção e o cumprimento da sentença de 2009.
Keiko e Kenji visitaram o pai na clínica em momentos distintos. O filho havia acompanhado o pai quando foi transportado para o hospital e voltaria à clínica mais tarde, já depoiis de a irmã Keiko o ter também visitado.
Pelo menos numa decisão os dois filhos desavindos estão de acordo: Alberto Fujimori vai apresentar recurso desta decisão de voltar à prisão.
"É extremamente doloroso saber que um juiz do nosso país retirou a liberdade ao meu pai, alegando que, como não está a morrer, ele não tem direito a um perdão humanitário", justificou Keiko Fujimori.
O perdão concedido por Pedro Pablo Kuczynski a Alberto Fujimori foi visto como um acordo político estabelecido entre o ex-presidente e o filho do antecessor para evitar a destituição. Sem Kuczynski à frente do país, um juiz decidiu agora anular a decisão e esse alegado acordo.