Empoderamento feminino vai gerar riqueza mundial

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De  Isabel Marques da Silva
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Empoderamento feminino vai gerar riqueza mundial

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O centro de coworking e de eventos culturais Village Underground Lisbon abriu as portas em 2014, logo após os anos da troika em Portugal. A euronews foi conhecer os desafios enfrentados pela gestora do projeto, que recebeu apoio ao empreendedorismo, um dos temas em debate na 4ª Conferência Mulheres para o Mediterrâneo, em Lisboa (10 e 11 de outubro).

Afinal, o mundo perde 140 mil milhões de euros de riqueza, por ano, devido à diferença de salário entre mulheres e homens, e apenas 30 por cento das empresas são propriedade de mulheres, de acordo com estudos do Banco Mundial.

"Eu nunca desisti e a economia portuguesa começou a recuperar pouco a pouco. Houve um ponto de viragem, que foi uma decisão política do Município de Lisboa para criar um departamento para incentivar uma nova economia, novos tipos de negócios. Acho que o mais importante é estar focado e tentar não prestar atenção às vozes no ambiente masculino em torno de nós. No entanto, nesse ambiente masculino, muitos homens foram importantes para desenvolver minha carreira", referiu Mariana Duarte Silva, que estudou Gestão e trabalhou em Londres, onde se inspirou para este projeto.

Mariana Duarte Silva gere o Village Underground Lisbon

A conferência Mulheres para o Mediterrâneo é um dos eventos anuais organizados pela União para o Mediterrâneo (UpM), composta por 43 Estados-membros da Europa, Médio Oriente e Norte da África, que cooperam para o desenvolvimento sustentável.

"Um ano após a assinatura da Declaração do Cairo para combater a desigualdade de género, a UpM fez um ponto da situação e convidou vozes inspiradoras. Uma das muitas prioridades é combater a violência contra as mulheres, incluindo de caráter sexual. Um tema com grande destaque, este ano, após o movimento MeToo e a escolha dos vencedores do Prémio Nobel da Paz", realçou Isabel Marques da Silva, enviada especial da euronews.

A jordana Lina Khalifeh, profissional de artes marciais que conquistou várias medalhas, fundou, em 2012, o "SheFighter". Trata-se de uma cadeia de centros de autodefesa que já treinou mais de 15 mil mulheres em todo o mundo e que continua em expansão.

A empreendedora é também ativista e discursou em cerca de 30 países sobre sua filosofia de empoderamento feminino.

Lina Khalifeh treina meninas e mulheres de todas as idades

"É tudo uma questão de conexão entre mente, corpo e alma e de como obter esse equilíbrio. É preciso saber que podemos ter uma forte confiança interna, sem ter que aplicar este tipo de treino noutras pessoas. Se a pessoa se sente suficientemente poderosa, não precisa da validação de outras pessoas, nem se importa que digam que é fraca ou tem problemas de auto-estima", disse Lina Khalifeh.

A conferência decidiu criar um mecanismo de acompanhamento das medidas que estão a ser adotadas nos 43 países, com indicadores comuns, a fim de obter dados precisos sobre o progresso na região. A responsável pela unidade de assuntos sociais na UpM dá um exemplo do que se almeja no futuro próximo:

"Se a participação das mulheres no mercado de trabalho fosse igual à dos homens, haveria na região mediterrânica um aumento de 25% do PIB. Pode-se imaginar o quanto isso se traduz em termos de dinheiro para toda a sociedade, sem mencionar como ajudaria a ter uma sociedade mais justa, inclusiva e aberta", explicou Laurence Païs, subsecretária Geral da UpM.

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