Portugal resiste "à italiana" e garante "final four" da Liga das Nações

Festa portuguesa em Milão, numa noite inspirada de Rui Patrício
Festa portuguesa em Milão, numa noite inspirada de Rui Patrício Direitos de autor EUTERS/Alessandro Garofalo
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De  Francisco Marques
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O nulo em Milão permite aos campeões da Europa terminar o grupo A3 em primeiro ainda com um jogo por realizar, em Guimarães, contra a já despromovida Polónia

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Protegido por mais uma noite inspirada do guarda-redes Rui Patrício, Portugal tornou-se sábado à noite, em Itália, no primeiro finalista da estreante Liga das Nações da UEFA, numa "Final Four" que vai decorrer em junho entre o Porto e Guimarães.

A Itália estava obrigada a ganhar para manter as aspirações de lutar pelo título e até fez por isso nos primeiros 45 minutos do jogo, mas esbarrou numa coesa estratégia defensiva dos campeões da Europa, privados de Pepe no centro da defesa: José Fonte fez dupla com o jovem Rúben Dias.

No meio-campo, Pizzi não conseguiu impor-se e Bernardo Silva viu-se muitas vezes obrigado a jogar quase como lateral-direito, o que o impossibilitou de pegar no jogo como a equipa precisava,

Portugal resistiu "à italiana" e com Rui Patrício em destaque. Na segunda parte, Fernando Santos operou algumas alterações táticas, conseguindo libertar Bernardo Silva no jogo ofensivo.

A troca de Pizzi por João Mário, aos 68 minutos, foi decisiva para a melhoria de Portugal, numa altura em que a "squadra azurra" registava quase 70 por cento de posse de bola.

Aos 74 minutos, João Mário deu o primeiro aviso a Donnarumma com um remate por cima da baliza e quase de imediato foi William Carvalho a obrigar o guarda-redes italiano a uma das defesas da noite. O Giuseppe Meazza tremeu.

Já nos descontos, Pellegrini ainda cabeceou à figura de Patrício, num lance que pode servir de resumo aos 90 minutos: a Itália foi mais ofensiva, mas Portugal venceu no duelo defensivo.

"Estar presente na fase final da primeira vez desta competição é sempre importante para Portugal. Mostra a qualidade do futebol português e acho que foi justo, num jogo muito sofrido. Muito mais do que eu esperava", confessou o selecionador Fernando Santos, reiterando que "Cristiano Ronaldo faz parte desta equipa": "Que não restam dúvidas", sublinhou.

Só fica a faltar saber se o capitão irá jogar em junho a "Final Four", confirmada entretanto pela UEFA para Portugal, tendo os estádios do Dragão, no Porto, e o D. Afonso Henriques, em Guimarães, como palcos.

Para João Mário, o regresso de Ronaldo seria "o caminho justo". "Desde os 18 anos que ele joga pela Seleção. É tempo de sermos nós a tentar ajudar e ajudámos conseguindo este apuramento. Ele pôde descansar e ajudar a Juventus. Portugal tem grandes jogadores, conseguimos apurar-nos sem ele e creio que o caminho justo é agora contar com a ajuda dele já nesta final four", disse o médio do Inter de Milão, sublinhando que Ronaldo "é o capitão desta equipa e faz falta no plano pessoal."

Para Rui Patrício, Portugal vai à "Final Four" para ganhar. "Foi um jogo muito difícil, frente a uma grande seleção, mas conseguimos o mais importante. Tivemos dificuldades em ter a bola, por mérito da Itália a e por demérito nosso, mas lutámos por conseguir um bom resultado", afirmou o guarda-redes do Wolverhampton.

O grupo A3 da Liga das Nações termina terça-feira com um jogo apenas para cumprir calendário: o Portugal - Polónia, marcado um dos palcos da "Final Four", em Guimarães.

Os polacos ainda sem triunfos estão já condenados à despromoção à Liga B.

Apesar de ser a feijões e contra uma equipa sem aspirações, Fernando Santos promete um "grande jogo" no D. Afonso Henriques.

"Vamos ver o cansaço. Temos um jogo importante perante o nosso público, que está sempre connosco. Temos o dever e a obrigação pelo país e pelo nosso povo. Vamos querer fazer um grande jogo em Guimarães", afirmou o selecionador.

Rúben Neves e Mário Rui foram, entretanto, dispensados dos trabalhos da seleção. O médio do Wolverhampton e o lateral-esquerdo do Nápoles tem de cumprir um jogo de suspensão devido aos cartões amarelos recebidos em Milão e por isso foram libertados por Fernando Santos.

O selecionador decidiu manter os jogadores já concentrados e não vai chamar outros para colmatar os agora dispensados.

Editor de vídeo • Francisco Marques

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