Nos países atingidos pela crise, espera-se mais para ter filhos

Os países europeus onde as mulheres, em média, têm filhos mais tarde, são os mesmos a terem sofrido com a crise económica nos últimos anos. Os dados são de 2015, mas só agora foram conhecidos, no relatório de saúde perinatal publicado pelo Euro-Peristat, uma aliança de Institutos de Saúde Pública de toda a Europa. Muitos dos indicadores são positivos, como a descida no número de nados-mortos e na mortalidade infantil.
Mas o estudo mostra que há uma provável ligação entre as piores condições económicas e o adiamento da gravidez.
A Espanha tem a maior percentagem de partos depois dos 35 anos - um "top 5" completado por Itália, Irlanda, Grécia e Portugal. A Roménia é última de uma lista de 31 países.
O relatório mostra o panorama europeu em 30 indicadores, dos quais dez são considerados fulcrais. Um deles é a taxa de partos prematuros. Embora não esteja na lista dos oito países com maior percentagem, em Portugal o número aumentou muito entre 2010 e 2015, uma tendência que se verificou também em países como França e na Grã-Bretanha.
No que toca à percentagem de mães adolescentes, há grandes diferenças entre os países com valores mais altos e mais baixos. Por exemplo, na Suíça é de menos de 1% e na Roménia de mais de 10%.
São vários os paralelos que se podem fazer entre as piores condições económicas e o aumento de certos indicadores. O estudo debruça-se também sobre o peso das crianças à nascença, que pode indicar malnutrição da mãe durante a gravidez. Aqui, Portugal está entre os países com piores indicadores, a par de Chipre, Bulgária e Grécia.
Finalmente, ainda segundo este documento as francesas e as espanholas são as mulheres que mais fumam durante a gravidez.