Os grupos paramilitares estão a envolver-se em novas áreas de negócio e até na esfera política.
Percorrem as ruas fortemente armados e exercem um poder paralelo e sem travão da justiça brasileira.
É cada vez maior o número de grupos paramilitares que existem no Rio de Janeiro.
Habitualmente associados à extorsão e a execuções sumárias, estas milícias estão a evoluir.
O controlo de sistemas de vigilância e envolvimento em contrabando mostram que estes grupos paramilitares já não querem ser apenas atores secundários no Rio.
Para o deputado federal Marcelo Freixo, estas milícias criaram já um modelo de negócio muito lucrativo
"A milícia tem cabeça para o negócio e para a política. E ela transforma o domínio territorial em domínio eleitoral, elegendo senador, governador, deputado", afirma.
Já o investigador da polícia Maurício Demétrio compara mesmo a ascensão destas forças a um cancro. Pouco a pouco, vão corroendo a autoridade e agora estão até a assumir o domínio de negócios legítimos.
"É como um cancro, não para. A milícia está a atacar tudo, inclusive coisas legais, está a tomar conta de comércio legal", frisa.
Vinganças e execuções deixam um rasto de cadáveres na cidade. Um dos mais mediáticos foi o assassinato da ativista Marielle Franco, em março, e cuja autoria permanece por identificar.
Mas o general Richard Nunes, secretário de segurança do Rio, encontra semelhanças deste caso com a ação dos grupos paramilitares.
"Esse tipo de crime, com o nível de abordagem que foi feita, a precisão do disparo, é próprio de grupos que têm uma certa familiaridade com este tipo de crimes", sublinha.
O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, expressou ao longo da carreira política a sua simpatia pela atividade de defesa destes grupos. A partir de 1 de janeiro, terá como presidente de decidir se estas milícias ainda são boas ou se representam uma ameaça.