O colapso da ponte Morandi: a situação quatro meses depois

O colapso da ponte Morandi: a situação quatro meses depois
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A nova auto-estrada inaugurada no dia 10 de dezembro faculta o acesso diário à zona portuária a cerca de 6.000 veículos pesados.

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Quatro meses após o colapso da ponte Morandi, a Euronews regressou à cidade de Génova. Aqui, empresas e comerciantes lutam para enfrentar a crise que atingiu a cidade e para regressar, tanto quanto possível, à normalidade. Sobreviventes desabrigados e famílias acreditam que as coisas nunca mais serão as mesmas.

A cidade está a ter dificuldade em lidar com a sensação de perda e com os muitos problemas deixados pela tragédia. Luca Infantino é um bombeiro de Génova e no dia 14 de agosto estava de plantão. Nunca pensou que um dia um desastre destas proporções atingisse a sua terra natal.

"O problema é que eu sou de cá, por isso a minha perspectiva é diferente. Eu passei por esta ponte vezes sem conta. Esta catástrofe poderia ter acontecido comigo ou com qualquer um dos meus familiares. O que eu acho terrível é que depois desta tragédia a cidade está há meses dividida em duas partes,” comentou Luca Infantino.

Este Natal, as ruas ao redor da ponte estão desertas e silenciosas. Os residentes que viviam debaixo do viaduto tiveram que abandonar as suas casas e as lojas locais fecharam as portas após o colapso da ponte.

"Está tudo vazio. Já não há muitas lojas aqui - nem pessoas por perto. Todos nós sentimos que este Natal será muito triste quando pensamos nas pessoas que morreram nesta tragédia," afirmou Mariuccia, uma residente local.

Fabrizio, dono de um pequeno negócio na zona, afirmou: "Daqui a um mês estará tudo acabado aqui. Eu e o resto dos funcionários vamos parar de trabalhar. Porque ninguém vem a esta parte da cidade devido ao colapso da ponte. Por isso, temos que fechar a nossa empresa."

As empresas foram as mais afetadas. Com perdas de mais de 400 milhões de euros, estão a enfrentar dificuldades para sobreviver. A repercussão logística no trânsito rodoviário entre esta cidade portuária e o resto da Europa tem sido significativa. As autoridades estão a tentar encontrar rotas alternativas para a ponte.

A nova auto-estrada inaugurada no dia 10 de dezembro faculta o acesso diário à zona portuária a cerca de 6.000 veículos pesados, dos 80.000 que costumavam chegar ao porto através da ponte Morandi.

O porto de Génova é um dos mais importantes da Europa, com um aumento de produtividade nos últimos 10 anos de 60%. Mas agora as 3.000 empresas que operam no porto estão preocupadas com seu futuro.

Nas palavras de Giampaolo Botta, diretor-executivo da Spediporto, "a queda da ponte ditou a reestruturação da nossa atividade, a definição de um novo percurso para nos movimentarmos pela cidade. Tivémos que repensar a forma como trabalhamos e operamos dentro do porto."

São muitos os que temem que o estado de emergência de 12 meses declarado na região não será suficiente para curar as feridas de Génova.

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