Washington anuncia saída do tratado de armas nucleares assinado com Moscovo em 1987. NATO declara "apoio total" à decisão.
Os Estados Unidos vão mesmo suspender o acordo de armas nucleares que Reagan e Gorbachov assinaram em 1987. O chamado Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio é considerado uma das conquistas maiores do período pós-Guerra Fria. Donald Trump acusa Moscovo de produzir "mísseis, lançadores e equipamento que violam o texto acordado".
Mas o representante diplomático americano diz que a porta das conversações não está encerrada. "Nós demos à Rússia um período alargado para corrigir o caminho e honrar os compromissos que existem. Esse prazo termina este sábado. A Rússia recusou dar qualquer passo efetivo ao longo destes 60 dias. Por isso, os Estados Unidos vão suspender as suas obrigações a partir do dia 2 de fevereiro", afirma Mike Pompeo.
A NATO manifestou um "apoio total" a esta decisão de Washington face, citamos um comunicado, "aos riscos significativos colocados pela Rússia à segurança euro-atlântica". Moscovo responde assim.
"Trata-se de um rude golpe contra o sistema de controlo de armas e de não-proliferação que ainda existe. Provavelmente, estão a começar uma corrida às armas para tentar esgotar-nos economicamente. Mas aquilo que ainda não entenderam é que nós aprendemos com as lições do passado e, qualquer que seja a nossa resposta ao desafio, será viável do ponto de vista económico", sublinha Sergey Ryabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
O tratado em questão interdita o uso de mísseis terrestres, com capacidade para transportar ogivas nucleares, com um alcance de 500 a 5500 quilómetros.
A Rússia é acusada de instalar um sistema de mísseis de cruzeiro junto às fronteiras europeias.