Jérôme Rodrigues no Ato XII dos "coletes amarelos"

Jeróme Rodruigues em mais um ato de protesto dos "coletes amarelos"
Jeróme Rodruigues em mais um ato de protesto dos "coletes amarelos" Direitos de autor REUTERS/Philippe Wojazer
De  Francisco Marques com AFP
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Ferido há uma semana e operado ao olho direito, o lusodescente tornou-se num dos símbolos do protesto deste sábado em Paris

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O lusodescendente Jérôme Rodrigues encarna um dos símbolos do "Ato XII" do movimento dos "Coletes Amarelos", em França, este sábado marcado por uma "grande marcha dos feridos", em tributo às dezenas de vítimas dos confrontos registados com as autoridades nos protestos dos últimos dois meses e meio.

Atingido há uma semana no olho direito por um projétil, Rodrigues teve de passar por uma intervenção cirúrgica, mas este sábado fez questão de voltar a estar ao lado do movimento e agora numa posição mais destacada, num dia marcado também pelo novo protesto contra a violência policial.

O movimento exibe cartazes nomeadamente conta o uso das alegadas armas de defesa, as LDB40, as espingardas de balas de borracha de calibre 40mm, e as GLI-F4, as granadas de gás lacrimogéneo com uma carga de TNT no interior que espalham fragmentos ao redor após a deflagração.

Jérôme Rodrigues foi várias vezes aclamado pelos manifestantes e em diversas ocasiões dirigiu-lhes mesmo a palavra.

"Estamos a bater-nos por mais justiça e igualdade neste país. Não pedimos nada mais. Mas a única coisa que recebemos são tiros de balas de borracha. Sejam fortes, não facilitem. O que não nos mata, torna-nos mais fortes. Façamos desses olhos a menos, desses pés a menos, desses braços a menos, uma força para nos levar até ao fim do nosso combate e que esta luta não seja em vão", disse o lusodescendente, numa declaração que pode ser escutada no tuíte à direita, a qual conclui pedindo a Emmanuel Macron para "escutar o povo" se quiser respeitado.

O movimento dos coletes amarelos foi lançado em meados de novembro, então, contra o aumento recorrente no preço dos combustíveis e a diminuição do poder de compra dos cidadãos em França.

Centrou-se em Paris, mas foi coordenado com concentrações, bloqueios de estradas e marchas lentas impostas em autoestradas um pouco por toda a França.

Com protestos marcados todos os sábados desde 17 de novembro, o movimento foi ganhando força e alargando o espetro das exigências à medida que o Governo ia resistindo às críticas.

As manifestações tornaram-se violentas, com grupos aparentemente marginais ao movimento a a assaltarem lojas e a a destruírem bens privados sobretudo em Paris.

A repressão policial foi-se também agravando, com recurso, além das granadas de gás lacrimogéneo e das balas de borracha, também de canhões de água e de violência no confronto pessoal com os manifestantes.

REUTERS/Philippe Wojazer
Protesto "amarelo" contra uso de balas de boracha e granadas de gás lacrimogéneoREUTERS/Philippe Wojazer

Na sexta-feira, o Conselho de Estado decidiu manter a autorização para as forças de segurança utilizarem as armas de repressão LDB-40, descritas como armas de defesa, e também as que têm deixado marcas visíveis no corpo de alguns dos manifestantes durante os atos de protestos que se têm sucedido todos os sábados há mais de dois meses.

A decisão deu força ao novo protesto antiviolência e em tributo aos feridos, com muitos dos manifestantes a marcharem com palas nos olhos e curativos simulados nas faces.

Além de Paris, também em Caen, Rouen e Valence há manifestações de coletes amarelos a decorre.

Outras fontes • Le Monde

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