Cinco meses depois do incêndio que devastou grande parte do arquivo histórico do Brasil e um dos mais importantes espólios da América Latina, Museu Nacional diz esperar recuperar "quantidade significativa" da coleção
Cinco meses depois, ainda são profundas as marcas do enorme incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que destruiu uma parte significativa do arquivo histórico do Brasil e de um dos mais importantes espólios da América Latina. Mas, agora, a mensagem é de otimismo e esperança.
A direção do museu abriu, pela primeira vez desde o incêndio, as portas à imprensa, que pode acompanhar o trabalho da equipa de peritos encarregue de resgatar obras e artefactos entre os escombros. Cláudia Carvalho, a arqueóloga que coordena os esforços, afirmou que "ainda é difícil estabelecer" o número total de peças , mas frisou que acreditam agora que "há uma quantidade significativa que pode ser recuperada".
Cláudia Carvalho: "Ainda não dá para dimensionar neste momento. Eu acho que a gente vai conseguir fazer isso depois de recuperar todas essas peças e começar esse inventário detalhado. Aí a gente vai conseguir bater coleção e tudo. Isso aí é um trabalho, provavelmente, para 2020."
Alexandre Kellner: "Muito em breve - até para fazer jus a essa equipa e esse trabalho fundamental que estão a fazer, para todos nós, para o nosso país - nós vamos fazer uma exposição com o material resgatado."
O diretor do museu, Alexandre Kellner, explicou também que, até ao momento, foram recuperadas nas ruínas cerca de duas mil peças completas ou fragmentos de peças.
Dezenas de antropólogos, arqueólogos e paleontólogos trabalham nove horas por dia, seis dias por semana, entre os escombros, metais retorcidos e paredes carbonizadas.
Kellner afirmou que o projeto de restauro do Museu Nacional vai arrancar em breve.