Dezenas de migrantes e refugiados não falam a língua e faltam-lhes certificações... Muitas dessas pessoas não conseguem arrendar um apartamento, sendo obrigadas a recorrer a centros para os sem-abrigo
A Budapeste Keleti, a estação ferroviária mais movimentada da capital húngara, enchia-se de pessoas em setembro de 2015. Centenas de migrantes e refugiados tentavam viajar de Budapeste rumo ao Ocidente. A maioria conseguiu.
Em 2017, 106 pessoas seguiram viagem e, no ano passado, apenas 68 receberam o estatuto de refugiado na Hungria.
Não falam a língua, faltam-lhes certificações... Muitas destas pessoas não conseguem arrendar um apartamento, sendo obrigadas a recorrer a centros para os sem-abrigo, como este, mantido pela Sociedade de Caridade Oltalom.
Por dia, passam por aqui entre cinco e dez migrantes.
Segundo o diretor da organização, András Rákos, "Este abrigo tem capacidade e espaço para separar os migrantes dos sem-abrigo. Aqui podem cozinhar, lavar-se e ter comida quente, duas vezes por dia."
A maioria dos centros não permite a entrada das organizações civis.
Segundo András Siewert, do conselho da organização "Migration Aid", "os donos das instalações querem evitar conflitos pois temem que os sem-abrigo locais se sintam discriminados, vendo os migrantes a receber mais ajuda do que eles. Do ponto de vista dos civis, não há diferença entre um migrante que vive num abrigo ou num apartamento arrendado", acrescenta o voluntário.
A maioria dos migrantes e refugiados passa, apenas, uns meses nestes centros para os sem-abrigo, no entanto, há quem permaneça aqui durante anos.