Uma noite ao relento a pensar nos sem-abrigo

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De  Carlos MarlascaJoão Duarte Ferreira
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Meia centena de cidades juntaram-se a uma iniciativa para chamar a atenção para os problemas dos sem-abrigo

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Este grupo de cerca de duas dezenas de voluntários reúnem-se cinco noites por semana para distribuirem refeições a cerca de 120 sem-abrigo na capital espanhola.

Entre os doadores de alimentos encontram-se empresas privadas, instituições e centros médicos.

"Em muitos casos, tratam-se de circunstâncias exteriores às pessoas. Há divórcios, perda de emprego...também vemos pessoas empregadas que vivem na rua. O trabalho é precário e não têm dinheiro para um quarto", afirma Esperanza Vera, presidente da associação Bokatas.

Segundo os números oficiais mais recentes, desde dezembro do ano passado, Madrid conta com quase 2 800 sem-abrigo e pelo menos 650 dormem nas ruas.

Praticamente metade são vítimas de crimes de ódio. Muitos mostram-se relutantes em falar com jornalistas. Os voluntários, contudo, oferecem algo mais do que apenas refeições.

"O mais bonito é a relação. É estar juntos e ter companhia. Os sem-abrigo são um fenómeno de exclusão social e existe também um problema de solidão", diz Esperanzada associação Bokatas.

Este fim-de-semana foi especial para os voluntários. Centenas de pessoas juntaram-se a uma iniciativa espalhada por várias capitais.

O objetivo dos organizadores é angariar um total de 45 milhões de euros para o combate a uma situação desesperada da qual não é fácil escapar.

"Passei vinte anos nas ruas. Esta iniciativa é importante porque não há assim tantos sem-abrigo e penso que é possível resolver o problema com a ajuda do governo e das pessoas", afirma Paco García, antigo sem-abrigo.

Lá fora estão cinco graus e muitos escolheram passar a noite ao relento por uma causa que é importante.

O repórter da euronews, Carlos Marlasca, esteve no local:

"Esta foi a primeira vez que Madrid escolheu juntar-se a esta iniciativa que decorre em meia centena de outras cidades. Neste ambiente festivo, os participantes sabem que estão a chamar a atenção para uma questão que afeta muitas pessoas".

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