O comboio da discórdia

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O Comboio de Alta Velocidade entre Lyon e Turim continua em marcha lenta. A ligação ferroviária de alta velocidade que irá ligar a cidade francesa à cidade italiana tem suscitado paixões e controvérsias.

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Três décadas depois e as divisões permanecem. O projeto do Comboio de Alta Velocidade (TAV, na sigla italiana) que pretende ligar Lyon, em França, a Turim, em Itália, através de uma linha ferroviária de alta velocidade, tem contribuído para o agudizar das tensões entre os dois países e ameaça a estabilidade do Governo de Roma.

A euronews percorreu os 270 quilómetros da discórdia para perceber qual será o impacto deste projeto.

"Estamos diante de um projeto que não tem certezas, nem datas. Esperamos que não seja feito, mas estamos todos à espera, em especial a Câmara Municipal de Chimilin", referiu a autarca da Chimilin, Monique Chabert.

Em meados de março, a empresa que supervisiona o projeto, iniciou as licitações para a realização dos trabalhos.

O TAV contará com um túnel de 58 quilómetros através dos Alpes que leva a população a temer acidentes.

Os críticos acreditam que o projeto multimilionário é um desperdício dos dinheiros públicos, uma vez que existe uma linha férrea que está, segundo dizem, desaproveitada.

"Aqui, passa apenas um comboio de mercadorias por hora. Isso é um verdadeiro desastre do ponto de vista da rentabilidade desta linha. Como todo o ferroviário lhe dirá, tem capacidade para mais de 10 comboios por hora", assegura o antigo gerente de uma estação ferroviária, Jean-François Roussel.

O projeto conta com o apoio da União Europeia, que se comprometeu a financiar até 40% dos custos, a Itália até 35% e a França até 25%.

O projeto é controverso e há quem receie que o TAV seja o prelúdio do fim do posto de trabalho.

Em 2017, apenas 7,7% do total das mercadorias trocadas entre França e Itália foram transportadas em comboios. É pelo túnel de Frejus que passa a grande parte do tráfego rodoviário entre os dois países.

Na localidade italiana de Susa há quem olhe para o projeto como um estímulo para a economia.

O jornalista do jornal La Valsusa, Giorgio Brezzo, conta que "os promotores do projeto prometeram cerca de 50.000 empregos e isso trouxe esperança àqueles que lutam para encontrar trabalho, àqueles que saíram do país e àqueles que têm filhos que procuram emprego. Isso dividiu as opiniões da população".

No vale de Susa, a oposição tem um nome: o movimento "No TAV" que promete levar a luta até ao fim, até que o projeto seja afastado.

"Nós, que começámos isto, somos velhos, mas há muitos jovens que estão a crescer e farão oposição quando tentarem começar as obras em Susa", assegura o ativista do "NO TAV", Guido Fissore.

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