Saída desordenada do Reino Unido da União Europeia é agora o cenário mais provável.
A União Europeia aumenta a pressão sobre o Reino Unido no sentido de tomar uma decisão na questão do Brexit que há praticamente três anos domina a agenda nacional.
Durante uma visita a Itália, o presidente da comissão europeia expressou frustração após mais uma votação inconclusiva no parlamento britânico na segunda-feira à noite.
"Estou feliz por ver unidade entre os 27 estados membros e espero que assim continue até ao termo do processo. No outro dia comparei o parlamento britânico à esfinge do Egito, a esfinge é um livro aberto comparado com o parlamento" disse Jean-Claude Juncker.
Esta terça-feira, o negociador do Brexit em nome da União Europeia, Michel Barnier, recordou a gravidade da situação e disse que a ausência de acordo é responsabilidade do Reino Unido.
"Ou aprovam este acordo e saem de forma ordenada, e este acordo é o único possível porque trabalhámos nele de forma objetiva e legal; ou não têm acordo e decidem sair sem acordo. Isto é uma decisão do Reino Unido e é vossa responsabilidade saírem sem um acordo", disse o responsável europeu pelas negociações do Brexit.
Barnier falou sobre a ameaça colocada por extremistas como o eurodeputado britânico Nigel Farage, um acérrimo defensor do Brexit.
"Estes indivíduos que querem destruir a União Europeia a partir do interior, e outros a partir do exterior, é por isso que é preciso cuidar da União Europeia, mesmo se temos que a reformar", disse Barnier.
A apenas 10 dias da saída do Reino Unido da União Europeia, Londres teima em não chegar a uma conclusão.
Tudo sugere que o Brexit vai dominar a próxima cimeira europeia prevista para 10 de abril.