O projeto Amadeus, da União Europeia, procura uma forma eficaz e segura de extrair energia elétrica com recurso à fusão de metais.
Como fazemos para armazenar energia a temperaturas superiores a 2000C? E que vantagens existem neste tipo de tecnologia e que desafios enfrenta quem a desenvolve? É a questões como estas que os cientistas tentam encontrar resposta num laboratório metalúrgico situado na Noruega, que a Euronews visitou. As experiências são levadas a cabo graças ao Projeto Amadeus, da União Europeia.
O processo requer muita preparação. O metal é derretido a temperaturas míninas de1700C. O objetivo dos cientistas: descobrir se e como e se é possível produzir eletricidade a partir da energia térmica a elevadas temperaturas.Nesta experiencia, os cientistas deste projeto europeu vão derreter aço, silicone, e boro.
"Começámos com materiais com grandes diferenças em termos de energia quando estão nos estados líquido e sólido," explica Merete Tangstad à Euronews.
"Procuramos esse tipo de resultados, as diferenças de energia. É importante porque podemos armazenar muita energia em pequenas quantidades de material," diz a investigadora da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.
É preciso encontrar a temperatura adequada
As elevadíssimas temperaturas levam a uma transferência de enegia, que se transforma em radiação. Um processo que se quer eficiente e estável e, sobretudo, seguro. Por isso, é importante seguir todos os passos.
A altas temperaturas a energia é muito reativa. E todas essas reações podem dar a origem a mudanças na propriedades dos materiais, que podem até partir. Por isso, os cientistas procuram as condições ideais para garantir reações químicas controladas durante o processo de fusão.
O sistema de produção de energia elétrica através da fusão de materiais é também investigado por um grupo de cientistas da Universidade Politécnica de Madrid.
Querem criar uma unidade de energia térmica de baixo custo e as energias alternativas são fundamentais para uma solução sustentável. A acumulação de energia termoelétrica em baterias preparadas para o efeito permite produzir eletricidade para consumo doméstico.
"Podemos armazenar entre um e dois kilowats horários por litro. Ou seja, 10 vezes mais do que uma bateria convencionar," explica à Euronews Alejandro Datas, do Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madrid.
"Toda a energia produzida durante o processo de fusão é energia que não desperdiçamos. É energia armazenada a partir do calor gerado."
Para mais eficácia, é preciso maximizar o processo de fusão enquanto produtor de calor.
Daniele Maria Truchi, investigadora na UPM, explica que "quando o material atinge determinadas temperaturas, muito elevadas, começa a libertar eletrões."
"Temos como objetivo fazer com que liberte os eletrões de forma eficiente e a uma temperatura não demasiado elevada. Só assim podemos assegurar-nos da transformação dessa energia em eletricidade. Os eletrões permitem a produção de eletricidade."
Foi desenvolvido um prototipo, produzido com recurso a poucos materiais, tem um custo de manutenção reduzido. Se os testes forem no bom sentido, poderá ser produzido e vendido.
A criação de sistemas simples permite vender mais unidades e de aumentar a produção, assim como os conhecimentos dos investigadores. E isso permite que, a curto prazo, dentro de cinco anos, mais ou menos, introduzir esta tecnologia no mercado.