Socialistas tentam manter segundo lugar no PE

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Direitos de autor REUTERS/Pedro Nunes/File Photo
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De  Isabel Marques da SilvaDamon Embling
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Socialistas tentam manter segundo lugar no PE

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A vitória do Partido Socialista em Espanha deu algum alento à Aliança dos Socialistas e Democratas, a segunda maior família política no Parlamento Europeu, com 187 dos 751 eurodeputados.

Um resultado que permitiu atribuir à socialista italiana Federica Mogherini o cargo de Alta Representante para a Política Externa, isto é, chefe da diplomacia da União Europeia.

Mogherini foi uma das arquitetas do acordo do Ocidente com o Irão para colocar fim ao programa nuclear daquela potência do Médio Oriente, entretanto abandonado por Donald Trump.

"A União Europeia lamenta a declaração do Presidente dos EUA sobre o acordo nuclear com o Irão. O acordo nuclear com o Irão é crucial para a segurança da região, da Europa e do mundo inteiro", disse Mogherini quando a decisão foi anunciada.

O governo socialista português foi o anfitrião, em Lisboa, do último congresso do Partido dos Socialistas Europeus, criado em 1992.

O grupo reúne as forças políticas de centro-esquerda, que em alguns países se chamam social-democratas ou trabalhistas.

Menos de um quarto dos 28 Estados-membros têm governos desta cor politica: Portugal, Espanha, Suécia, Finlândia, Eslováquia, Roménia e Malta.

As sondagens encomendadas pelo Parlamento Europeu sobre as intenções de voto para o escrutínio deste ano revelam que o grupo deverá perder quase 40 assentos.

Frans Timmermans, rosto da e para a Comissão?

Para mobilizar o eleitorado, os socialistas escolheram Frans Timmermans para candidato principal a presidente da Comissão Europeia.

O holandês já é vice-presidente dessa instituição, liderada por um político do centro-direita, Jean-Claude Juncker.

Na campanha eleitoral, Frans Timmermans tem insistido na necessidade de combater o populismo, encontrando respostas inclusivas para desafios transnacionais tais como o crescimento económico, alterações climáticas e migração.

Este último tema foi dos que mais contribui para a divisão entre os Estados-membros, sobretudo entre Ocidente e Leste, depois da crise de gestão de refugiados em 2015-2016.

Além da obrigação legal de acolher refugiados, Timmermans diz que é preciso chegar a acordo sobre uma política para receber os migrantes económicos.

"Mais da metade das pessoas que chegam à Europa vêm de países onde sabemos, com toda a certeza, que não há situações que justifiquem que nos peçam asilo", disse o comissário.

Os socialistas dizem que a Europa precisa de uma política de asilo e migração baseada na responsabilidade partilhada e na solidariedade.

Apesar de um pacto com a Turquia ter feito descer o número de chegadas para níveis anteriores ao do pico, a União Europeia ainda não adotou uma nova diretiva sobre asilo e a Operação Sophia de resgate no mar deixou de ter navios operacionais.

A pasta de Timmermans na Comissão Europeia tem a ver com a defesa do Estado de direito, outro tema que domina a atualidade.

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Mas se os socialistas são duros nas críticas com governos de direita, como o da Hungria e da Polónia, tem sido mais brandos nas críticas a governos de esquerda como o de Malta, onde também há indícios de violação dos preceitos dos tratados.

Já com o governo socialista da Roménia, a condenação tem sido mais explícita.

Apesar do alívio sentido com a vitória de Pedro Sánchez em Espanha, e das sondagens preverem a vitória a António Costa, em Portugal, em outubro, os socialistas tentam lutar para se manterem como  segunda força no Parlamento Europeu.

Só assim poderão, também, almejar ter rostos do partido nos cargos de topo das instituições europeias.

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