A UNITA e a família do antigo líder do partido esperam que o fim das especulações ajude o país na reconciliação nacional.
O ministro de Estado de Angola, Pedro Sebastião, anunciou esta segunda-feira que os testes de ADN feitos por entidades independentes aos restos mortais de Jonas Savimbi, exumados a 31 de janeiro, confirmaram tratar-se do antigo líder da UNITA, morto em combate em 2002.
Numa conferência de imprensa na presença de familiares de Savimbi, de representantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e das quatro instituições que procederam aos testes, incluindo uma de Portugal, o governante explicou que o Executivo vai entregar os restos mortais a 28 deste mês na província do Bié.
A cerimónia de enterro dos restos mortais do líder fundador da UNITA vai agora realizar-se em 01 de junho em Lopitanga, anunciou já o presidente do partido, Isaías Samakuva, que declarou ainda um mês de luto.
"De facto, além de explicações gerais dadas por especialistas de reconhecida experiência, que se ocuparam dos exames, o relatório escrito do Laboratório de Genética Forense da EAAF, equipa argentina de antropologia forense conclui que a probabilidade de identidade é superior a 99,99%", explicou Samakuva.
Também a família de Jonas Savimbi reconheceu os resultados hoje apresentados, numa declaração feita pelo filho e deputado da UNITA Rafael Savimbi.
"Felizmente houve esta abertura. Os pequenos altos e baixos nunca estiveram ausentes. Mas devemos dizer que chegamos a este ponto de não recuo, e precisamos agora de avançar", sublinhou Rafael Savimbi, acrescentando: "Nas minhas intervenções, sempre disse que esta é uma questão de reconciliação, um gesto importante para a reconciliação. É uma questão familiar, mas é uma questão também política, com a reconciliação nacional, para que o país avance".
Jonas Savimbi, líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), foi morto em combate pelas forças armadas governamentais em 22 de fevereiro de 2002, na comuna do Lucusse, província do Moxico, e o seu corpo esteve desde então sepultado no cemitério municipal do Luena, capital da província.