Migração, corrupção e baixos rendimentos influenciam voto dos europeus

O sentimento é comum, por toda a Europa: Frustração e raiva pelas desigualdades e pelas medidas de austeridade; preocupações com a migração, corrupção e uma enorme desilusão com a atitude dos governantes.
"Queremos viver livres: Livres com o nosso direito de podermos desfrutar do fruto do nosso trabalho", grita em Paris, o Colete Amarelo, Steven Lebee. Uma reivindicação simples, que a França grita há seis meses.
O movimento dos Coletes Amarelos, é o que melhor espelha o estado de espírito da maioria dos trabalhadores europeus, mas são os números do desemprego e dos rendimentos que relatam com mais objetividade a situação. A austeridade enviou milhares para o desemprego, solicitando mais trabalho aos que guardaram os empregos, com perda constante nos rendimentos para quase metade dos europeus, desde a crise financeira.
O analista, Janis A.Emmanouilidis, do Centro de Política Europeia, refere:
"Há muita incerteza em relação ao futuro, há muitas pessoas que temem que as coisas estejam potencialmente a caminhar na direção errada, ou já estejam no caminho errado. Há muitas inseguranças; inseguranças sócio-económicas das pessoas no presente e também em relação ao futuro e inseguranças relativamente às questões de identidade e às questões culturais.
Em grande medida porque a Europa não mostrou capacidade de liderança na gestão da crise,
os movimentos migratórios desde 2015, fizeram soar os alarmes populistas e nascer arame farpado nas fronteiras.
A Hungria é um bom exemplo. Nas ruas ouvem-se discursos como o desta mulher: "Não quero que os estrangeiros entrem aqui. Não quero que os migrantes vivam aqui. Quero viver em paz neste país europeu".
Ou deste homem: "Penso que a migração é importante, mas em certa medida, está a ser falada demais. Penso que devemos abordar questões completamente diferentes, como as alterações climáticas ou o nível de vida na Hungria.
A migração, que tem atingido particularmente a Itália, a Grécia, e a Espanha terá sido a gota que fez transbordar o copo onde os europeus se sentiam comprimidos por muitas outras questões.
A corrupção que grassa nas elites políticas, com múltiplos exemplos de leste a ocidente, a promiscuidade entre a política e a economia a ascensãos dos populismos, o temor alimentado pelas fake news, são os ingredientes principais com que os líderes europeus que forem eleitos terão que lidar.
O pior é que a maioria dos eleitores que é chamada às urnas neste domingo tem poucas esperanças que os senhores que se seguem saibam fazer melhor, até porque, na essência, são os mesmos.