O primeiro-ministro britânico anda pelas capitais europeias para tentar convencer a UE a renegociar o Brexit. Hoje visitou Merkel, amanhã será Macron.
Esta quarta-feira em Berlim, na quinta em Paris, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está num périplo difícil para convencer os líderes da União Europeia (UE) a renegociarem o Brexit.
Boris Johnson insiste particularmente na questão da fronteira com a Irlanda, que tem sido o grande obstáculo ao processo.
Sobre o assunto, Merkel disse na conferência de imprensa conjunta: "Há duas posições e ambas estão corretas. Em primeiro lugar, o Reino Unido pretende sair da UE. Em segundo lugar, o acordo de Sexta-feira Santa tem de ser preservado, na letra e no espírito; tem de ser respeitado - e não é só a Grã-Bretanha que o diz, mas também os Estados-Membros da UE - e a República da Irlanda continuará a ser membro - e isto faz parte integrante da posição europeia, portanto, temos de alinhar de alguma forma as posições que à primeira vista não são tão fáceis, mas temos de o fazer para podermos dizer que vamos encontrar uma solução".
Boris Johnson garante que o Reino Unido "não não irá, em circunstância alguma, implementar controlos, controlos aduaneiros - ou qualquer tipo de controlos - na fronteira da Irlanda do Norte". "Espero que isso seja absolutamente claro", disse, acrescentado: "Pensamos que existem formas de proteger a integridade do mercado único da UE sem efectuar controlos desse tipo na fronteira - e é claramente isso que precisamos de fazer para dar garantias".
O chefe do governo britânico foi recebido junto à chancelaria alemã por manifestantes que gritavam "Párem o Brexit".
Em França, antes mesmo dele chegar, diz-se no Palácio do Eliseu que "o Brexit sem acordo é o cenário mais provável".