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Trump elimina sanções ao gás russo para a Hungria e fecha acordo nuclear com Orbán

Orbán reunido com Trump na Casa Branca
Orbán reunido com Trump na Casa Branca Direitos de autor  Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved
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De FT & MÁ
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A Hungria importará combustível nuclear dos Estados Unidos e adotará também a tecnologia de centrais nucleares modulares. Os Estados Unidos levantarão as sanções contra Paks 2.

A Hungria recebeu uma isenção total e temporária das sanções dos Estados Unidos no caso do gasoduto Turkish Stream e do oleoduto "Friendship", conforme anunciado na sexta-feira, em Washington, pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, após conversas com o presidente norte-americano Donald Trump.

Ambas as partes concordaram que a empresa norte-americana Westinghouse se incorporasse à indústria nuclear húngara. A Hungria será o primeiro país a comprar combustível nuclear aos Estados Unidos. A isto seguirá-se a transferência de tecnologia para centrais nucleares modulares, com a legislação necessária a ser apresentada ao Parlamento húngaro já na próxima semana. Os Estados Unidos também ajudarão na gestão do combustível utilizado.

As sanções impostas pelos EUA ao Paks 2 serão levantadas. As mesmas foram impostas pelo governo Biden, mas a Hungria obteve uma isenção temporária. No entanto, a partir de agora não haverá isenção temporária, mas sim o levantamento das sanções, pelo que estas não serão, certamente, um obstáculo à construção da central nuclear.

Segundo o primeiro-ministro húngaro, Trump e ele concordaram, durante as conversas, que, no futuro, mais investimentos americanos chegarão à Hungria. Os EUA também reforçarão a cooperação militar com a Hungria, e Orbán disse que os militares húngaros terão acesso à tecnologia militar norte-americana mais recente.

Orbán disse que os líderes dos dois Estados aliados mantiveram conversações em Washington e não encontraram com Trump um único ponto em que os interesses dos dois países estivessem em conflito.

O primeiro-ministro deu uma conferência de imprensa após a reunião com Péter Szijjártó. O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que as empresas espaciais húngaras também participariam na construção de uma nova estação espacial comercial, sobre a qual já havia sido alcançado um acordo com a Voyager Technologies.

Orbán diz que seria um milagre se a Ucrânia ganhasse a guerra

Inicialmente, Orbán tinha previsto chegar à Casa Branca às 17h30, hora da Hungria, mas o programa atrasou-se por uma boa hora. Trump recebeu o primeiro-ministro húngaro à porta da residência presidencial e descreveu-o como um líder excecional.

Pouco depois, as delegações húngara e norte-americana sentaram-se para almoçar. Vários ministros de Orbán acompanharam-no ao almoço de trabalho, mas Donald Trump chegou acompanhado por ministros e pelo vice-presidente J. D. Vance. Mas antes de serem servidos, os jornalistas tiveram a oportunidade de fazer perguntas longas.

Em resposta a uma pergunta, Trump disse que nem toda a gente gosta de Viktor Orbán, mas que todos o respeitam pela sua política de refugiados e que ele gosta e respeita o primeiro-ministro húngaro. A certa altura, Trump dirigiu-se a Orbán ao falar sobre pôr fim à guerra na Ucrânia e fez-lhe a seguinte pergunta: "Está a dizer que a Ucrânia não pode vencer?" - "Milagres podem acontecer", respondeu Orbán.

Na conferência de imprensa, também se falou sobre a cimeira Trump-Putin em Budapeste. O presidente norte-americano disse que cancelou a reunião porque não acreditava que ela produzisse resultados significativos. Mas se a situação mudar, ele terá todo o prazer em se reunir com Putin em Budapeste.

Quanto ao presidente russo, Orbán disse que tinha algumas ideias sobre como pressionar Vladimir Putin e que as partilharia com Trump.

Por volta das 20h30, hora da Hungria, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, publicou na sua página do Facebook algumas fotos suas e do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a assinarem documentos. Szijjártó comentou as imagens, afirmando que "o abastecimento energético húngaro está garantido", mas, naquele momento, não se sabia exatamente quais acordos haviam sido alcançados.

Temas energéticos importantes na agenda

Orbán viajou para Washington na quinta-feira, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, pelo ministro da Construção e Transportes, János Lázár, por Balázs Orbán, diretor político do primeiro-ministro, por János Máté, assessor de imprensa do primeiro-ministro, e por Marcell Bíró, principal assessor de segurança nacional do primeiro-ministro. A delegação foi acompanhada por vários líderes empresariais e por algumas personalidades influentes na política, como o podcaster Cs. Tamás Király, que recentemente permitiu que Sergei Lavrov divulgasse propaganda russa durante uma entrevista.

O objetivo da visita a Washington era tentar persuadir Donald Trump a isentar a Hungria das sanções impostas à indústria petrolífera russa. A Bloomberg informou na tarde de sexta-feira (sexta-feira de manhã, hora dos EUA) que vários acordos concretos poderiam ser alcançados entre os Estados Unidos e a Hungria, sendo o mais notável deles a expectativa de que o governo húngaro assine um contrato no valor de 100 milhões de dólares, ou 33,5 bilhões de forints, com a Westinghouse Electric Co. da América, para comprar combustível nuclear. A informação revelou-se verdadeira mais tarde.

O acordo poderá reestruturar um pouco a situação de Paks 2, uma vez que anteriormente se pensava que o combustível seria fornecido pelos russos, assim como o empréstimo para financiar o projeto. Péter Szijjártó também falou sobre o acordo na sexta-feira de manhã.

A fonte norte-americana da Bloomberg disse ao jornal que está em negociação um acordo para a Hungria comprar gás natural liquefeito norte-americano no valor de 600 milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos, mas a Bloomberg afirma que os detalhes desse contrato ainda não foram totalmente definidos. Orbán não mencionou este possível acordo na sua conferência de imprensa.

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