A soja e a desflorestação da Amazónia

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Durante a última cimeira do G7, Emmanuel Macron admitiu a "responsabilidade parcial" da França pelos incêndios na Amazónia. O país importa grãos de soja, principalmente do Brasil, o que contribui para a desflorestação do "pulmão" do mundo.

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Durante a última cimeira do G7, Emmanuel Macron admitiu a "responsabilidade parcial" da França pelos incêndios na Amazónia. O país importa grãos de soja, principalmente do Brasil, o que contribui para a desflorestação do "pulmão" do mundo.

No centro da França, o agricultor Alexandre Farmel alimenta as vacas com feno, cereais e grãos de soja, muitas vezes importados do Brasil. "É um grão que tem um preço razoável e que tem um nível elevado de proteínas, o que permite engordar rapidamente os animais", justifica. 

A França importa sobretudo do Brasil, principalmente para alimentar animais. Para responder à procura da Europa e da China, alguns agricultores brasileiros incendeiam terrenos. para depois cultivá-los, contribuindo para a desflorestação da Amazónia.

Para tornar-se autossuficiente, a Europa precisaria de uma área imensa para cultivo, como salienta Marc Contiero do Greenpeace Europe. "Se quisermos adicionar os 15 milhões de hectares necessários para produzir grãos de soja que importamos de países da América Latina, isso significaria adicionar uma área maior do que a Áustria, a Bélgica e a Eslovénia em conjunto", realça o ambientalista.

Todos os anos 33 milhões de toneladas de grãos de soja são importados pela Europa ao Brasil ou Estados Unidos. Esta dependência remonta a acordos comerciais assinados nos anos 60, que limitaram a área plantada para o cultivo de soja na Europa, a fim de dar prioridade aos cereais.

De acordo com a federação de associações agrícolas COPA-COGECA, sediada em Bruxelas, estes acordos levantam questões de saúde. "Isto é muito importante para nós. Não podemos importar alimentos, matérias-primas, produtos agrícolas, de uma forma que não seja permitida aqui na Europa", frisa o secretário-geral Pekka Personen.

Perto de Chalon-sur-Saone, no leste da França, Lionel Borey cultiva grãos de soja há mais de 10 anos. A produção não pára de aumentar. Em 2017, os terrenos cultivados tinham quase triplicado face a 2010. Quando o jornalista da Euronews, Guillaume Petit, lhe pergunta se esta soja é mais ecológica do que a brasileira, responde:  "Não tem Organismos Geneticamente Modificados, não é tratada com glifosato em fim de ciclo. Portanto, necessita de menos produtos químicos do que a soja brasileira".

Em 2018, a Comissão Europeia prometeu apoiar os produtores na Futura Política Agrícola Comum e este dossiê pode estar na agenda da nova Comissão.

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