Reunidos no Luxemburgo, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia pediram um cessar-fogo urgente no norte da Síria
Não é uma proibição formal, mas é um sinal de forte desagrado. A União Europeia decidiu limitar a exportação de armas para a Turquia. Decisão tomada esta segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros. Reunidos no Luxemburgo, os chefes da diplomacia ficaram a um passo de decretar um embargo a um estado-membro da NATO.
Seis países europeus já suspenderam a venda de armas à Turquia na sequência da ofensiva lançada no norte da Síria, contra as forças curdas.
De acordo com os números disponíveis, o valor das vendas de armamento ao governo de Ancara por países da União Europeia estará perto dos 3 mil milhões de euros.
Noruega, Finlândia, Holanda, Alemanha, França e Itália decidiram suspender as vendas de equipamento militar.
O Reino Unido é o maior exportador de armamento para a Turquia e, para já, não tomou posição.
Coletivamente, a União Europeia decidiu condenar a ofensiva militar turca e pediu um cessar fogo imediato. Federica Mogherini, a chefe da diplomacia europeia explicou que não foi declarado um embargo à venda de armas formal, porque o mecanismo da limitação permite uma resposta mais imediata, tomada por cada um dos estados-membros, de acordo com a legislação nacional.
Em declarações aos jornalistas, o ministro português dos Negócios Estrangeiros foi claro a dizer que a ofensiva militar "viola a lei internacional", põe em causa a integridade territorial da Síria e o processo político, "que teve avanços recentes com a constituição do Conselho Constitucional sírio", e ignora as obrigações "de todos" em matéria de lei internacional humanitária.
A União Europeia pediu ainda a convocação urgente de uma reunião ministerial da coligação internacional contra o Daesh, da qual a Turquia também faz parte.