A primeira longa-metragem de animação do realizador Nuno Beato é inspirada nas figuras da ceramista Rosa Ramalho e no imaginário das aldeias portuguesas.
Há uma aldeia transmontana a nascer em Lisboa. Num estúdio da capital portuguesa, cerca de um dezena de pessoas está a criar Vale de Sarronco, a aldeia fictícia onde Rosa retorna para tomar contacto com o passado da família, depois da morte do avô.
Peça a peça, vão sendo criadas todas as figuras de "Os demónios do meu avô", a primeira longa-metragem de animação de Nuno Beato. "Se tivesse de resumir o filme muito rapidamente, tem a ver com a relação que se perde, cada vez mais, a relação com os amigos, com os familiares, neste caso, entre a personagem principal Rosa e o avô", explicou, à agência Lusa, o realizador.
Inspirado nas figuras de barro da ceramista Rosa Ramalho, o filme explora o imaginário das aldeias. Demónios que personificam medos e que na história são usados pelo avô de Rosa para mistificar quem o rodeia.
Construídas em três escalas de tamanho, as figuras passam para estúdio, onde é criado o stop-motion. Frame a frame, 12 fotografias para cada segundo de ação, as personagens vão ganhando movimento.
Um processo moroso para dar vida aos humanos, animais e seres fantásticos, numa história imaginada por Nuno Beato e escrita por Possidónio Cachapa.
"Os demónios do meu avô" têm chegada às salas de cinema prevista para 2021.