Protestos motivaram inclusive fecho de duas escolas sexta-feira. Sindicatos criticam passividade do Ministério da Educação
Os protestos contra a violência escolar sucedem-se em Portugal após várias agressões graves nos últimos dias.
Pelo menos duas escolas, uma em Penafiel e outra na Amadora, foram fechadas esta sexta-feira por protestos contra a falta de segurança. E há um pré-aviso do Sindicato de Todos os Professores (STOP) para uma greve de duas semanas no ensino.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof), de que não faz parte o STOP, criticou o Governo após o Ministério da Educação ter minimizado as recentes ocorrências e ter até preferido sublinhar a redução de agressões em ambiente escolar em Portugal
Na semana passada, o pai de uma estudante terá agredido professores e funcionários de uma escola em Valença.
Na segunda-feira, foi um professor que atacou um aluno e foi presente a tribunal no dia seguinte.
Em Linda-a-Velha, na quarta-feira, foi uma professora a ser agredida por um estudante de 14 anos, com alegados distúrbios neurológicos, revelou à comunicação social uma fonte da PSP.
Em resposta à Agência Lusa, no mesmo dia, o Ministério da Educação minimizou os casos de violência escolar registados no espaço de 48 horas e sublinhou a redução do número de ocorrências confirmado no Relatório Anual de Segurança Pública de 2018.
A Fenprof reagiu à declaração do governo e foi particularmente crítica com o ministro Tiago Brandão Rodriguez, atualmente em processo de recondução à frente da pasta da Educação.
"O que os professores esperavam ouvir do Ministério da Educação, e desde logo da boca do ministro, era que este afirmasse sem rodeios a condenação da violência exercida sobre os professores e também que estes merecem e devem ser respeitados", afirmou na quinta-feira Mário Nogueira.
O secretário-geral da Fenprof reiterou em conferência de imprensa as mudanças que o setor exige para haver uma maior segurança nos estabelecimentos de ensino.
A Fenprof exige a contratação de mais pessoal auxiliar para as escolas; a redução significativa do número de alunos por turma; a colocação de docentes e trabalhadores não docentes no apoio a alunos com necessidades educativas especiais; o reforço da autoridade dos professores; a disponibilização de apoio jurídico aos docentes agredidos ou ameaçados no exercício da profissão; o agravamento do quadro penal nos casos de violência escolar; e a criação de um Observatório para a violência na Escola.
Com o processo de transição entre legislaturas em curso no Parlamento, o Ministério da Educação entra no novo mandato já com um dossier complicado para resolver..
A Fenprof e o STOP aguardam respostas aos pedidos de reunião endereçados ao ministro da Educação.