Crescimento da zona euro revisto em baixa, Portugal revisto em alta

Crescimento da zona euro revisto em baixa, Portugal revisto em alta
Direitos de autor Reuters
De  João Paulo Godinho
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Comissão Europeia não deixa de alertar para abrandamento económico e antecipa crescimento moderado para os próximos anos.

PUBLICIDADE

A Comissão Europeia reviu hoje em baixa a expectativa de crescimento da economia da zona euro para 1,1% este ano e 1,2% em 2020. No entanto, Bruxelas espera uma maior resistência de Portugal e até elevou para 2% a previsão de subida da economia portuguesa em 2019.

Para Pierre Moscovici, o comissário cessante para os Assuntos Económicos e Financeiros, o bloco europeu está agora numa fase de crescimento bastante moderada.

"Esta é talvez a característica mais importante das nossas previsões para este trimestre: a falta de recuperação marca uma mudança em relação às previsões anteriores. Isso reflete os choques sofridos pela zona euro e sabemos que o impacto desses choques levará tempo a desaparecer. Por isso, vamos entrar num período de crescimento mais moderado", afirmou.

Em sentido inverso, o comissário europeu admitiu hoje que, nos últimos anos, as previsões económicas da Comissão para Portugal pecaram por ser “um pouco pessimistas”, um cenário que se alterou esta quinta-feira, com Bruxelas a revelar-se até mais otimista do que o Governo.

“Geralmente, as nossas previsões são bastante boas, mas devo dizer que reparei, nos anos mais recentes, que, por vezes, fomos um pouco pessimistas no que diz respeito a Espanha e Portugal”, declarou Pierre Moscovici, durante a conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas de outono da Comissão Europeia, que projeta agora um crescimento económico em Portugal para este ano de 2%, uma décima acima das projeções do Governo (1,9%).

Este ano, a Comissão Europeia espera que a zona euro cresça 1,1%, uma estimativa abaixo dos 1,2% antecipados nas previsões de julho.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um pouco mais otimista e aponta um crescimento de 1,2% em 2019. No entanto, não deixa de ser uma desaceleração significativa em comparação à expansão de 1,9% do ano passado. Segundo o FMI, a explicação para estes números encontra-se no comportamento anémico da maior economia da zona euro - a Alemanha.

"A Alemanha ainda é uma economia que na nossa ótica está a operar, na verdade, algo acima de seu potencial a longo prazo. Houve um abrandamento, mas ainda vemos uma economia relativamente forte. E vemos uma recuperação da Alemanha daqui para a frente", declarou Poul Thomsen, diretor do FMI para a Europa.

Com efeito, o FMI prevê um crescimento alemão para este ano de apenas 0,5%, três vezes menos do que o crescimento registado em 2018. Para a Comissão Europeia, a previsão para a Alemanha é ainda mais negra: 0,4%.

As mais imprevisíveis e "assentes em pressupostos puramente técnicos", como diz Bruxelas, são as previsões de crescimento para o Reino Unido. Os números indicam um crescimento de 1,3% para este ano, no caso de não haver alterações nos padrões comerciais entre os britânicos e os outros 27 estados-membros. Para o ano seguinte, uma décima mais alta (1,4%), de acordo com o FMI, no cenário de um Brexit com acordo.

No entanto, se o Reino Unido deixar a União Europeia sem um acordo de saída, sofrerá danos económicos equivalentes à perda de dois a três anos de crescimento normal entre 2019 e o final de 2021.

Outras fontes • Lusa

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

"Breves de Bruxelas": Ativismo pelo clima e orçamentos 2020

O que está reservado para as instalações de energia nuclear da Europa?

Falha de sistema obriga a encerrar restaurantes McDonalds durante várias horas