Sandrine Martins é filha de portugueses. No dia 13 de novembro de 2015, estava no Bataclan, onde 90 pessoas foram mortas a tiro durante um concerto de rock
Há quatro anos, Paris foi atingida por uma série de ataques coordenados.
Morreram 130 pessoas e centenas ficaram feridas.
Vários eventos foram organizados para lembrar as vítimas do dia mais mortífero na capital francesa desde a Segunda Guerra Mundial.
À margem das cerimónias, a euronews falou com uma sobrevivente.
Sandrine Martins é filha de portugueses. No dia 13 de novembro de 2015, estava no Bataclan, onde 90 pessoas foram mortas a tiro durante um concerto de rock.
"Parece que passaram quatro dias, quatro horas, talvez quatro semanas. Mas não quatro anos” (...) "Um trauma como o que vivemos é algo que vamos carregar para o resto das nossas vidas."
Naquela noite, em Paris, cafés e restaurantes - e até mesmo o estádio nacional de futebol - foram alvo de ataques.
Sandrine diz que para além do trauma, os sobreviventes sentem-se estigmatizados.
"Sempre que estou à frente de alguém, sinto-me repreendida por ser uma vítima. É como se me dissessem: "aconteceu-te mas pára de usar isso o tempo todo'. Não temos escolha! Temos de viver com isto todos os dias."
O governo francês criou um fundo para ajudar os sobreviventes dos ataques de Paris mas, segundo Sandrine, os recursos - e a simpatia - estão a diminuir.
“No dia 13 de novembro prestamos homenagem às vítimas. É a única vez que eles pensam em nós. Compreendo que a vida deve continuar. Mas para nós não continua”.
Guillaume Valette foi recentemente reconhecido como a vítima 131 dos ataques. Suicidou-se dois anos depois dos atentados. Segundo os médicos, sofria de uma perturbação grave de stress pós-traumático.