"Estamos a viver um período perigoso e delicado"

Protesto em La Valetta em memória da jornalista assassinada Caruana Galizia
Protesto em La Valetta em memória da jornalista assassinada Caruana Galizia Direitos de autor ASSOCIATED PRESS
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De  Francisco Marques
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Ministro da Educação e Emprego publica aviso nas redes sociais após um dia marcado por manifestações nas ruas e confrontos entre deputados no Parlamento por causa do assassinato de uma jornalista

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Malta está a viver "um período perigoso e delicado" avisou na madrugada desta terça-feira o ministro da Educação e Emprego após um dia marcado por manifestações nas ruas e confrontos entre deputados no Parlamento maltês.

Il-jum it-tajjeb, izjed u izjed f'dan iz-zmien difficli. Qed ikellmuni Maltin ta' kull fehma politika nkwetati li se...

Publiée par Evarist Bartolo sur Lundi 2 décembre 2019

O desabafo de Evarist Bartolo surgiu na rede social Facebook pouco antes das duas horas da manhã locais, menos uma hora em Lisboa.

Implicado no assassinato em 2017 da jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia, o primeiro-ministro Joseph Muscat aceitou abandonar o governo em janeiro na sequência das implicações no assassinato da jornalista Daphne Caruana Galizia.

Exigindo a demissão imediata do trabalhista, os manifestantes antigoverno concentraram-se junto ao Parlamento, onde os deputados da oposição confrontaram os apoiantes do governo, atirando-lhes notas falsas para simbolizar a corrupção que estaria a ser investigada pela jornalista assassinada.

À porta do Parlamento também houve discussões.

O ministro da Justiça lamentou o comportamento de alguns manifestantes que chegaram a bloquear a saída dos deputados do edifício parlamentar.

"As pessoas têm o direito de se manifestar e estão a manifestar-se da forma que entendem. A forma como se concentraram, infelizmente não nos permitiu sair do Parlamento", afirmou Owen Bonnici.

Quando conseguiram sair, os deputados afetos ao Partido Trabalhista, a força no governo, foram saudados pelos apoiantes que se manifestavam a favor de Muscat à porta do Parlamento.

Para trás, ficava o longo discurso do primeiro-ministro sobre a investigação do homicídio da jornalista, com a oposição a abandonar a sala, recusando debater o tema até à demissão imediata de Muscat.

A jornalista Caruana Galizia, que perseguia pistas de corrupção no governo maltês, morreu em 2017, vítima de um atentado à bomba.

No sábado, o milionário Yorgen Fenech foi formalmente acusado de ter participado na operação culminada com a explosão de uma bomba no carro da jornalista, numa audiência com a presença dos familiares da vítima.

Admitindo ter informações sobre o caso, o suspeito tentou negociar um acordo implicando o antigo chefe de gabinete de Muscat, Keith Schembri, e os antigos ministros Konrad Mizzi e Chris Cardona.

Fenech foi preso a 20 de novembro quando parecia estar a tentar fugir do país, mantém-se sob medidas de coação e com os bens congelados. O acusado declarou-se inocente e um grupo de magistrados estará a tentar demonstrar que a nova detenção não é legítima.

Outras fontes • Times of Malta, Malta Today, Guardian

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